Um casal foi autuado e preso em flagrante por crime de agiotagem e extorsão, no dia 7 de junho, no Recife. O homem e a mulher, identificados como Magnun Christiam Ferreira Gomes e Jaciane Ferreira de Assunção, foram detidos após denúncia de uma vítima, que deu queixa na Polícia Civil relatando estar sofrendo ameaça de morte. De acordo com a Polícia, em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (12), os suspeitos estavam cobrando um valor de mais de R$ 100 mil por um empréstimo contraído pela vítima.
Segundo o delegado Ramon Teixeira, da unidade Seccional de Apipucos, Zona Norte do Recife, a vítima procurou a delegacia com medo de ser morto. "Ele procurou a polícia em momento de desespero, diante das ameaçadoras mensagens e ligações que vinha recebendo, a título de cobrança dos valores emprestados pelo casal", informou o delegado.
Ainda de acordo com o delegado, após várias ameaças de morte, o casal propôs um encontro com a vítima para negociar o valor. Foi quando a pessoa decidiu procurar a polícia temendo que na ocasião ocorresse um atentado contra sua vida. "Acreditando nisso e, vislumbrando uma situação flagrancial, nós destacamos uma equipe e realizamos a prisão de ambos", informou delegado.
O delegado Ramóm Teixeira informou que os valores cobrados pelo casal eram abusivos, muito além do concedido à vítima. "Os valores cobrados seriam superiores a R$ 100 mil. Eles, na verdade, não corresponderiam não só ao valor emprestado, que seria algo próximo de R$ 6 mil, mas também de valores interligados a terceiros", explicou.
Segundo Teixeira, o ato de cobrar juros muito acima dos valores de mercado se configura contra economia popular. Além disso, o casal foi atuado pelas ameaças de morte e extorsão.
Com a prisão dos suspeitos, o delegado acredita que outras possíveis vítimas possam procurar a polícia. De acordo com Ramóm, foram encontrados dois cadernos com nomes de pessoas que seriam também extorquidos pelo casal.
O delegado também alertou para o perigo de pegar dinheiro emprestado com agiotas. Com a ameaça de morte, a maioria das vítimas acaba tomando medidas desesperadas para conseguir pagar. Acabam contraindo mais empréstimos. É uma sinuca de bico", definiu o delegado.