Pernambuco tem a terceira maior taxa do Brasil de homicídios de negros (pretos e pardos), segundo dados fornecidos pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). A pesquisa foi realizada em 2017 e mostra que a taxa de homicídios da população negra foi de 73,18 por 100 mil habitantes.
De acordo com o IPEA, Pernambuco só perde para o Rio Grande do Norte e Ceará. A pesquisa ainda mostra que, em 2017, foram 4.270 negros assassinados no Estado, enquanto os não negros (brancos, amarelos e indígenas) foram 630. Isso significa que negros morrem 7,5 vezes a quantidade de não negros no estado.
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNADC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizada no terceiro trimestre de 2019 (julho, agosto e setembro) aponta que negros e pardos em Pernambuco recebem 61% do rendimento médio dos brancos. Ou seja, enquanto um branco recebe, em média, R$ 2.278, os negros têm o rendimento médio de R$ 1.373 e os pardos R$ 1.432.
Em relação ao Brasil, a PNADC mostra que os negros e pardos recebem cerca de 56% do rendimento médio dos brancos. Isso significa que, em média, um branco recebe R$ 3.017 e negros e pardos recebem R$ 1.660.
Nesta quarta-feira (20), é celebrado o Dia da Consciência Negra no Brasil. Apesar de 1970 ser o ano em que se falou pela primeira vez sobre este dia, apenas em 2003 foi instituída como uma data para ser trabalhada sobretudo nas escolas, quando foi sancionada a Lei n° 10.639, de 20 de dezembro de 1996, que torna obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira.
A escolha do dia 20 de novembro se deu porque neste mesmo dia, no ano de 1695, o último líder do Quilombo dos Palmares, Zumbi dos Palmares, foi morto após ser capturado pelas tropas portuguesas.