Entre os dias 15 e 25 de fevereiro, 142 pessoas procuraram serviços de saúde ou delegacias para denunciar casos de agressão com agulhas durante as festas de Carnaval do Recife, Olinda, Jaboatão dos Guararapes, Cabo de Santo Agostinho, Igarassu e Orobó. As informações são do novo boletim divulgado nesta quarta-feira (26) pelas secretarias de Saúde (SES) e Defesa Social (SDS) do Estado. Das vítimas, 81 são mulheres.
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De acordo com o governo, após triagem no Hospital Correia Picanço, na Tamarineira, Zona Norte do Recife, referência estadual em doenças infecto-contagiosas, 111 pacientes realizaram a profilaxia pós-exposição (PeP) para prevenir a infecção pelo HIV e outras infecções. Os demais, ou se recusaram a fazer o teste rápido (pré-requisito para o uso da medicação), e, consequentemente, o tratamento, ou já tinham passado da janela de 72 horas preconizadas para início da medicação. Todos foram liberados após avaliação médica, com a orientação de retorno após 30 dias para conclusão do tratamento.
O número de vítimas pode ser maior. Nesta quarta-feira (26), o Jornal do Commercio esteve no Hospital Correia Picanço e encontrou pacientes que buscaram o serviço de saúde com relatos de agulhadas.
Duas das vítimas, que preferiram não se identificar, foram um motorista de 42 anos e seu filho, um estudante de 16 anos. Ambos estavam no Pátio do Carmo, em Olinda, nessa terça-feira (25), quando perceberam que estavam sangrando na mão. "Procuramos algum atendimento em Olinda e não tinha. Não tinha ninguém para orientar a gente lá, aí preferimos vir para o hospital. Eu vim para eliminar qualquer possibilidade de infecção, mas não estamos preocupados porque a probabilidade é muito pequena. É uma maldade a pessoa sair com o intuito de machucar as pessoas. Isto não existe", disse o homem.
Em nota, a Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) informou que registrou, de sábado até a terça-feira de Carnaval, 64 boletins de ocorrência com denúncias de pessoas relatando terem sido atingidas por algum tipo de objeto perfurocortante. Foram dez denúncias no sábado (22), 15 foram feitas no domingo (23), 18 denúncias na segunda-feira (24) e 21 na terça-feira (25). Inquéritos foram instaurados e os casos estão sendo investigados.
As denúncias foram registradas no posto de atendimento 24h que a PCPE instalou no Hospital Correia Picanço. A unidade conta com equipes formadas por delegados, escrivães, agentes e peritos papiloscopistas.