A Comunidade Terapêutica de Olinda (CTO), único hospital do SUS com internamento psiquiátrico na cidade, deixará de oferecer o serviço a partir de 1º de abril. A medida é anunciada pela Secretaria Municipal de Saúde, como parte da reforma psiquiátrica e vem preocupando familiares dos usuários.
Ontem, eles procuraram a Promotoria da Saúde do Ministério Público Estadual para buscar ajuda. Temem a disputa já acirrada por vaga no Hospital Ulysses Pernambucano, no Recife, que atende portadores de transtornos mentais e usuários de drogas de todo o Estado. É que a pouco mais de um mês da mudança, a Prefeitura de Olinda ainda não concluiu a instalação de três novas residências terapêuticas (já possui três) nem a contratação de pessoal para trabalhar nessas unidades e nos dois Centros de Atenção Psicossocial (Caps), que passarão a funcionar por 24 horas.
“O encerramento do serviço no CTO só irá acontecer quando a rede substituta do município estiver funcionando”, garantiu a promotora de Defesa da Saúde na cidade, Maísa Silva Melo, que acompanha o termo de compromisso assinado em abril do ano passado entre as Secretarias Municipal e Estadual de Saúde com a Comunidade Terapêutica de Olinda.
O termo previa que a transferência dos doentes se desse de forma gradativa, em até 18 meses, prazo que deveria encerrar-se em outubro de 2015. Ao saber do ofício da Secretaria de Olinda comunicando o fechamento da urgência do CTO para agudos e o encerramento do atendimento a pacientes crônicos a partir de 1º de abril, a promotora convocou reunião com os gestores do SUS, a direção do hospital e familiares dos pacientes. Será na próxima terça, às 14h.
De acordo com a secretaria, outros 40 pacientes agudos são tratados na Comunidade Terapêutica. Para compensar a ausência desses leitos, além dos Caps, 15 leitos exclusivos para desintoxicação funcionarão no Hospital Tricentenário e médicos do Saúde da Família, da UPA e do SPA de Olinda foram capacitados. Feliciano Lima, diretor do Sindicato dos Hospitais, afirma que a direção do CTO está preocupada com a desativação dos leitos do SUS em tempo menor que o previsto, pelo constrangimento aos usuários.