Microcefalia: Mãe relata impacto do diagnóstico na sala de parto

"Na hora que soube, foi um choque", conta Cíntia da Silva, mãe de Fabrício
Cinthya Leite
Publicado em 03/12/2015 às 5:44
"Na hora que soube, foi um choque", conta Cíntia da Silva, mãe de Fabrício Foto: Diego Nigro/JC Imagem


Assim que deu à luz ao pequeno Fabrício, no dia 18 de novembro, a dona de casa Cíntia da Silva, 28 anos, soube que ele tem microcefalia – uma condição que não apareceu nas duas ultrassonografias que ela realizou: a primeira durante a 21ª semana de gestação; a segunda, na 29ª semana. “Estava tudo certinho na minha gravidez. Não imaginei que fosse acontecer comigo uma situação que eu já estava vendo na televisão. Na hora que soube, foi um choque. Agora, estou me sentindo melhor com o apoio que tenho recebido da minha família”, conta Cíntia. 

Ela conta com o suporte da irmã, a dona de casa Silvânia da Silva, 31, para levar o filho a tantas consultas com médicos nesses primeiros dias de vida. “Sempre me perguntam se tive alguma coisa na gravidez. A única coisa que lembro são das manchas vermelhas com coceira na pele que apareceram do quarto para o quinto mês”, diz Cíntia, que levará Fabrício nesta sexta-feira (4) para uma consulta no Setor de Infectologia Pediátrica do Hospital Universitário Oswaldo Cruz – unidade que tem concentrado para investigação casos de microcefalia em todo o Estado de Pernambuco. “Daqui para frente, espero que dê tudo certo e que ele consiga ser acompanhado por neuropediatra”, diz Cíntia. 

Ela recebe apoio do Espaço Mãe Coruja Água Fria, que fica na Policlínica Salomão Kelner, Zona Norte do Recife. “Em toda a capital pernambucana, temos acompanhado três bebês com microcefalia e todos já foram encaminhados para os centros de referência para atendimento”, diz a coordenadora do Mãe Coruja Recife, Carmen Albuquerque. Ela diz que toda a equipe da atenção básica tem sido capacitada para oferecer assistência e cuidados às famílias que têm bebês com microcefalia. 

“Realmente nós fomos surpreendido com essa situação, mas estamos fazendo uma escuta dessas mães de forma humanizada. Além disso, todas as grávidas do nosso espaço estão recebendo orientações adequadas. Muitas estão receosas só de pensar no que pode acontecer na gestação. Precisamos fazer um trabalho educativo e acolhedor”, reforça a enfermeira Cecília Cartaxo, do Mãe Coruja Água Fria. 

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