No período de um mês, entre 11 de novembro e 10 de dezembro, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) registrou 29 casos de microcefalia. Desses, apenas um já foi descartado, faltando analisar 28 que foram notificados em 21 municípios diferentes, para saber se estão ou não associados ao zika vírus.
A divulgação dos dados começou somente na semana passada, após o Ministério da Saúde estabelecer que a microcefalia deve ser tratada como evento de emergência de saúde pública, tornando obrigatória a notificação dos casos no País. A microcefalia é uma má-formação congênita, em que o cérebro do bebê não se desenvolve de maneira adequada.
Em Minas, dos casos a serem examinados, nove foram registrados na capital Belo Horizonte. Todos os casos do Estado aguardam análise laboratorial. Já foi realizada a primeira etapa do protocolo, que consiste em um questionário de investigação das gestantes. As informações que elas fornecem são importantes para saber se estavam em área de risco, ou seja, de transmissão do vírus.
Também é possível apurar com esses dados se as mulheres apresentam fatores ligados à microcefalia, caso do uso de substâncias químicas. Passada esta etapa, a próxima - análise de laboratório - pode até não ser realizada em alguns casos. Isso porque cabe aos municípios resolver se farão ou não o exame.
Em Minas Gerais os casos suspeitos de microcefalia aumentaram mais de 150% em uma semana. A preocupação é grande porque também tem crescido os registros em outras regiões do País. A doença é causada pelo Aedes aegypti, mosquito que transmite ainda a dengue e a febre chikungunya.
Ações
A Secretaria de Saúde de Minas alegou em nota seguir os protocolos do Ministério da Saúde no combate ao zika e ter colocado equipes treinadas nas unidades de saúde para identificar os sintomas da doença. Além de Belo Horizonte, técnicos já estão atuando nas cidades de Montes Claros, Uberaba, Juiz de Fora, Teófilo Otoni e Pouso Alegre.
O Estado também lançou a campanha "10 Minutos Contra a Dengue", para mobilizar a população no controle e enfrentamento ao mosquito Aedes aegypti.
O Superintendente de Vigilância Epidemiológica, Ambiental e Saúde do Trabalhador, Rodrigo Said, disse que não há surto de microcefalia em Minas e que o diagnóstico laboratorial não é realizado exclusivamente para o zika vírus.
"Existe um painel de doenças que estão sendo pesquisadas neste momento, como toxoplasmose, rubéola, sífilis, entre outras".