Um estudo desenvolvido pela Fiocruz Pernambuco investiga se o mosquito que transmite a filariose também pode ser vetor do zika vírus e chicungunha. Conhecido popularmente como muriçoca, o Culex quinquefasciatus coloca seus ovos em criadouros poluídos, diferentemente do Aedes aegypti, que se reproduz com mais frequência em água limpa e dentro de casa.
“O Culex se reproduz em água suja, nos esgotos. Por isso, se a hipótese de que ele possa transmitir zika e chicungunha for comprovada, o trabalho de enfrentamento às doenças precisa ser mais intenso. Será necessário investir bastante em saneamento, uma atitude que já deveria ter sido tomada”, diz a bióloga Constância Ayres Lopes, pesquisadora da Fiocruz Pernambuco.
O interesse em investigar o Culex apareceu a partir do fato de que a primeira epidemia de zika fora de ambiente silvestre aconteceu na Micronésia (Oceania). “Lá o Aedes é raro, e os pesquisadores não analisaram o Culex, que é abundante em toda região tropical. Aqui no Recife, por exemplo, para cada Aedes capturado em campo, coletamos 20 mosquitos Culex”, diz Constância. Até o fim de fevereiro, a pesquisa deve ser concluída.