Sem vaga na UTI, bebê com microcefalia corre risco de morte

A criança de 7 meses está internada no hospital desde a última quinta-feira e já teve uma parada cardíaca
JC Online
Publicado em 11/06/2016 às 14:37
A criança de 7 meses está internada no hospital desde a última quinta-feira e já teve uma parada cardíaca. Foto: Foto: Marcela Balbino


Um bebê com microcefalia de apenas 7 meses está em situação delicada no Hospital Barão de Lucena, no bairro da Iputinga, Zona Oeste do Recife. Internado desde a última quinta-feira (09), João Miguel Silva Nunes precisa de um leito urgente em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pediátrica, devido a complicações respiratórias. 

Uma crise de asma e cansaço teria feito com que os pais procurassem a emergência do hospital na manhã da quinta-feira. Desde então, João Miguel está intubado e já sofreu uma parada cardíaca. O menino espera por uma vaga na UTI em um leito da emergência do Barão de Lucena. 

O pai da criança conseguiu uma liminar junto ao Ministério Público, mas o leito que estaria disponível é na cidade de Caruaru, a 135 quilômetros da capital. A viagem, segundo a equipe médica, seria de alto risco para o bebê. "Meu sentimento é de revolta. Muita angústia ver um filho assim e não ter nada o que fazer, lamenta a mãe Rosilene Maria da Silva. 

"Estamos desesperadas. O bebê já teve duas paradas cardíacas e está com insuficiência respiratória. É uma vida de uma criança que está em jogo. Ele está sem os aparelhos necessários para poder respirar. Se continuar assim, a médica disse para a mãe que ele pode entrar em óbito ainda hoje. É um descaso muito grande", protesta Germana Soares, presidente da associação União das Mães de Anjos (UMA). 

A Secretaria de Saúde emitiu uma nota para explicar o caso. Confira:

A Secretaria Estadual de Saúde (SES) esclarece que o paciente J.M.S.N deu entrada na emergência pediátrica do Hospital Barão de Lucena (HBL) na última quinta-feira com doença respiratória e rapidamente evoluiu para um quadro de insuficiência respiratória, necessitando de intubação e transferência para um leito de UTI Pediátrica em outra unidade, uma vez que todos os leitos dessa natureza do HBL já se encontravam ocupados. 

Com a interferência da Central de Regulação de Leitos do Estado houve a possibilidade de remoção do paciente para o Hospital Mestre Vitalino, em Caruaru. Mas devido à gravidade e à instabilidade do quadro no momento, a equipe médica do Hospital Barão de Lucena desaconselhou a transferência. No entanto, J.M.S.N. segue internado na sala vermelha, intubado, em estrutura semelhante a uma UTI, com medicamentos de última geração e equipamentos de ponta, e recebendo todos os cuidados da equipe multidisciplinar do HBL, enquanto aguarda pela liberação de uma vaga na unidade.

Por fim, a SES esclarece que a lista de espera por este tipo de leito é bastante dinâmica.
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