Um encontro gratuito nesta quarta-feira (26) na Universidade Rural de Pernambuco (UFRPE), no bairro de Dois Irmãos, Zona Norte do Recife, discutirá os diversos fatores que envolvem a raiva humana. A mesa-redonda, das 15h às 18h, acontecerá na sala 205 do departamento de biologia da instituição de ensino superior. Os interessados em participar das palestras não precisam se inscrever previamente.
Organizado por pelos grupos PET (Programa de Educação Tutorial) Biologia e PET Ecologia, coletivos que envolvem alunos de vários cursos da UFRPE, o encontro acontece quase um mês após a morte, por raiva humana, de uma mulher de 36 anos que havia sido mordida por um gato. Adriana Vicente da Silva, 36 anos, estava internada no Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc), em Santo Amaro, área central da capital pernambucana.
Três especialistas debaterão com o público sobre os fatores que envolvem a doença, caracterizada, principalmente, por uma encefalite progressiva aguda e letal. A professora do curso de medicina veterinária da UFRPE Jaqueline Oliveira, lotada no departamento de biologia da instituição, tratará sobre a 'A raiva no contexto da saúde única'. Já para discutir o cenário dos morcergos, um dos animais transmissores da doença, no monitoramento da raiva, o convidado será o professor Luiz Augustinho, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Para encerrar a programação, o coordenador de zoonoses da Secretaria Estadual de Saúde (SES), Francisco Duarte, contextualizará a situação epidemiológica da raiva em Pernambuco. "Ainda existe muita dúvida em relação à temática. As pessoas acham que a raiva não ocorre em não ocorre em humanos, mas há uma ocorrência, apesar de controlada. Queremos discutir com a sociedade quais são os fatores que estão envolvendo a doença", ressalta Jaqueline Oliveira. Quem assistir à palestra terá direito a certificado de participação no encontro.
A raiva é uma zoonose viral, doença infecciosa de animais transmitidas para o ser humano. É caracterizada, principalmente, como uma encefalite progressiva aguda e letal. Todos os mamíferos são suscetíveis ao vírus e podem vir a ser possíveis transmissores da doença. A raiva apresenta dois principais ciclos de transmissão: urbano e silvestre. O primeiro é passível de eliminação, por se dispor de medidas eficientes de prevenção.
A transmissão da doença se dá pela penetração do vírus contido na saliva do animal infectado, principalmente pela mordedura, arranhadura, lambedura de mucosas. O período de incubação é extremamente variável, desde dias até anos. No homem, a média é de 45 dias. Em crianças, existe tendência para um período de incubação menor que no indivíduo adulto.
O paciente com suspeita da doença deve ser atendido na unidade hospitalar de saúde mais próxima, sendo evitada sua remoção. Entre os principais sintomas da doença estão: babar em excesso; convulsão; sensibilidade exagerada no local da mordida; Excitabilidade e perda de sensibilidade em uma área do corpo. Não há um tratamento específico para a raiva. As medidas utilizadas pela equipe de saúde são de suporte.
A vacina antirrábica é a melhor maneira de se prevenir contra a raiva. Não há contra-indicação.