O Recife começa a utilizar, nesta semana, mais uma técnica para controle do mosquito Aedes aegypti, que transmite dengue, chicungunha e zika. O projeto, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Amazônia e o Ministério da Saúde, consiste na instalação de cerca de 700 estações disseminadoras de larvicidas (EDs), que são armadilhas em que os próprios mosquitos espalharão inseticida nos criadouros.
Na segunda (10) e na terça-feira (11), agentes de saúde ambiental e controle de endemias (Asaces) da Secretaria de Saúde do Recife são treinados pela Fiocruz Amazônia, que desenvolveu o projeto sobre os procedimentos de instalação e manutenção das EDs. Os agentes também já começaram a aprender os procedimentos de registro de dados e informações. Na quarta-feira (12), os profissionais vão a campo para fazer a instalação das primeiras armadilhas.
As estações disseminadoras de larvicidas são baldes plásticos, cobertos com pano preto impregnados de larvicida, que precisam ter água para atrair as fêmeas do mosquito. O princípio é a utilização do próprio Aedes para disseminar o inseticida nos criadouros. Quando um mosquito adulto pousa na superfície da armadilha, partículas do inseticida aderem ao corpo do inseto, que dissemina o veneno para outros criadouros, quando vai depositar os ovos.
De acordo com o secretário de Saúde do Recife, Jailson Correia, o uso das estações disseminadoras é uma estratégia que complementa as outras ações desenvolvidas na capital pernambucana, como as três mil ovitrampas, em média, instaladas em cerca de 50 bairros da cidade. As armadilhas permitem o monitoramento da população dos mosquitos Aedes aegypti e conseguem eliminar cerca 280 mil ovos por quinzena. Outras medidas são as Brigadas de Combate ao Aedes aegypti, que treinam a sociedade civil para engajá-la na identificação e eliminação de focos, e o Centro de Mosquitos Estéreis (Cemer), que busca conter a reprodução do mosquito transmissor da dengue esterilizando os machos e liberando-os no meio ambiente.