Iezu Kaeru e Eustáquio Neves focam na beleza do futebol em exposição

Mostra "O Jogo da Bola" ocupa a Torre Malakoff até 19 de março
JC Online
Publicado em 08/02/2017 às 17:56
Mostra "O Jogo da Bola" ocupa a Torre Malakoff até 19 de março Foto: Iezu Kaeru/Divulgação


Parte indissociável do ethos brasileiro, o futebol articula emoções que ultrapassam a simples ação de jogar. A poética, os sonhos e as relações interpessoais do esporte, moveram os fotógrafos Iezu Kaeru e Eustáquio Neves em projeto colaborativo que buscou registrar a energia e os encontros contidos nas peladas. Como resultado, nasceu a exposição O Jogo da Bola, que ocupa a Torre Malakoff, a partir de desta quarta-feira (8).

Desde 2010 fotografando jogos de futebol na rua e espaços diversos, Iezu se fixou nos aspectos mais singelos do esporte, como a diversão e interação coletiva, que se sobressaem ao aspecto mercadológico. A partir do encontro com o mineiro Eustáquio, que já investigava o tema, propôs uma aproximação mais profunda com os personagens que registravam a fim de ampliarem o olhar sobre o assunto.

Dessa forma, o fotógrafo, que também é arte educador, propôs “workchoques”, processo no qual ensinava noções básicas de fotografia para os jogadores das partidas que registrou em bairros como Santo Amaro, Coque, Brasília Teimosa, Dois Unidos, Arruda e Bode. Posteriormente, lhes entregava câmeras e trocava experiências e vivências com eles.

“Acabou virando um trabalho colaborativo, não só entre mim e Eustáquio, mas com os personagens que encontramos ao longo do projeto. Até mesmo quando eles não tiravam as fotos, me direcionavam, sugeriam poses, ângulos. Então, é uma coautoria por essência”, enfatizou o fotógrafo. 

Para Kaeru, reforçar a relação do futebol com a arte, é uma diretriz da exposição. 

“Eustáquio ficou muito impressionado com os jogos de barrinhas, tão comuns aqui em Pernambuco, que logo reúnem uma galera para jogar. Nesse espírito, e para aproximar mais um público que talvez, até agora, se sinta distanciado dos equipamentos culturais, pensamos em ações que enfatizem o espírito da exposição, como um torneio de barrinha, que rola já na abertura, às 15h, aberto ao público (as inscrições começam às 14h”, pontuou.

Além da fotografia, a mostra é composta por várias linguagens, audiovisual, percepção sonora, performances e instalações. As obras estão divididas em duas salas, a Com camisa e a Sem camisa, em alusão à divisão comumente feita nos jogos de bairros. Na primeira, o destaque é a instalação Batch Gol, desenvolvida em parceria com a Natura Bit, na qual o visitante “bate” um pênalti e interage com projeção em tempo real. 

Já na Sem Camisa, as fotos de Iezu e Eustáquia serão expostas em 11 totens cúbicos iluminados com 1,85 m de altura e 45 cm de largura. O local estará permeado por sons captados durante as partidas. 

PERFORMANCES

A abertura contará ainda com performance de um mestre das embaixadinhas e malabarismo, além de barraca para consertos de bolas e a presença de cabeleireiro especializado em corte “estilo jogador”.


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