Finalmente, longa Hitchcock pode ser visto pelos recifenses

Filme está em cartaz no Cinema São Luiz e disponível em DVD e Blu-ray
Ernesto Barros
Publicado em 24/06/2013 às 6:01
Filme está em cartaz no Cinema São Luiz e disponível em DVD e Blu-ray Foto: Fox Filmes/Divulgação


A temporada do Oscar passou faz tempo e só agora um cinema do Recife, o São Luiz, se digna a exibir o longa-metragem Hitchcock (2012), dirigido por um roteirista e cineasta quase bissexto, o inglês Sacha Gervasi. Por causa da demora, o filme também já pode pode ser comprado e visto em casa, nas versões em Blu-ray e DVD. Apesar do título, não se trata de uma biografia do mestre do suspense, o mais conhecido diretor de cinema de todos os tempos.

Assim como em A garota (2012), uma produção da HBO (desde janeiro em cartaz no canal a cabo), o filme se detém em determinado tempo da vida do cineasta. No caso de Hitchcock, a ação se passa durante alguns meses entre 1959 e 1960, um pouco depois da estreia de Intriga internacional (1959) e da realização de Psicose (1960).

Tanto A garota quanto Hitchcock nasceram como livros-reportagens. Donald Spoto, em Fascinado pela beleza, e Stephen Rebello, em Alfred Hitchcock e os o bastidores de Psicose, se debruçaram sobre o trabalho do cineasta e seus desafios, técnicos e criativos, na realizações de filmes como Psicose, Os pássaros e Marnie, confissões de uma ladra.

Hitchcock começa como uma espécie de making of sobre Psicose. Para cinéfilos que cultuam a obra-prima das obras-primas de Hitch, o filme é altamente instrutivo e divertido. Primeiro, é um prazer e tanto acompanhar alguns dos momentos da criação do filme, desde a batalha do cineasta para produzi-lo, os problemas com censores até à feitura da magnífica sequência do chuveiro.

Talvez por medidas contratuais, Gervasi não pôde usar nenhum fotograma de Psicose no seu filme. Mas, as soluções que ele encontrou para mostrar a gênese do assassinato de Marion Crane (Scarlett Johansson, no lugar que foi de Janeth Leigh) por um jovem travestido de idosa são muito boas. 

Pelos menos dois momentos são brilhantes e funcionam muito bem pela maneira difusa e oblíqua com que são tratados. À princípio, Hitchcock não queria música para a sequência. Ele precisou ser convencido pelo compositor Bernard Herrmann, com uma ajudinha de Alma Reville, a mulher de Hitch, para botar na trilha os lancinantes acordes de violino que marcaram o filme até hoje. Em outro momento, Gervasi mostra Hitchcock durante a primeira exibição de Psicose, quando ele acompanha a reação da plateia, no hall do cinema, como se regesse a partitura de Herrmann, enquanto nós, espectadores e voyeurs, vemos como a plateia treme nas poltronas ao assistir o assassinato de Marion.

No entanto, Hitchcock é mais do que um filme sobre um filme. Aos poucos, vemos o que ele é: uma história de amor. Sim, um pequeno capítulo de uma história de amor que durou 60 anos e marcou uma das mais fortes colaborações da história do cinema. Pelo que vemos, em meio às filmagens de Psicose, Hitchcock e Alma Reville tiveram um pequeno abalo na relação.

Para completar, o casal ganhou uma primorosa interpretação da dupla Anthony Hopkins e Hellen Mirren. É verdade que estranhamos o ator nos primeiros minutos do filme, mas aos poucos não vemos mais Anthony Hopkins, apenas Hitchcock. Já Helen, ao contrário, tem uma interpretação assombrosa. Só por ela, Hitchcock já é garantia de uma ótima sessão. Pode comprar a pipoca.

Hitchcock (Fox Home Entertainment): R$ 39,90 (DVD) e 69,90 (Blu-ray) 

Leia mais na edição desta segunda-feira (24/06) no Caderno, do Jornal do Commercio.

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