Pode até ser coincidência, mas não custa nada ficar de olhos abertos. Em menos de seis meses, duas comédias brasileiras - chanchadas globais, como estão sendo chamadas – resolveram fazer propaganda de cruzeiros marítimos. Seria uma tendência para se ganhar dinheiro ainda mais fácil?
Depois de Meu passado me condena, surge quase do nada o longa-metragem S.O.S Mulheres ao mar, que estreia nacionalmente hoje. O filme traz no elenco uma penca de atores de novelas e programas de humor da TV Globo. Como se estivessem de férias gravando um especial de verão, estão presentes Giovanna Antonelli, Reynaldo Gianecchini, Fabíula Nascimento, Emanuelle Araújo, Marcello Airoldi e Thalita Carauta (de Zorra Total).
Sem muito esforço, já que o texto de Sylvio Gonçalves, Rodrigo Nogueira e Marcelo Saback só traz situações apelativas, o time de atores oferece a mesma interpretação monótona da TV. Assim como Meu passado me condena, a trama é sobre casais em crise.
O pior é que as duas tramas se desenvolvem durante um cruzeiro internacional. Aqui, com paradas na Itália (Roma e Veneza) e no Marrocos (Marrakech). A história é centrada em Adriana (Giovanna), uma tradutora de filmes pornôs. Ela foi traída pelo arquiteto Eduardo (Airoldi), que a trocou por Beatriz (Emanuelle), uma atriz de TV. Desesperada, Adriana resolve seguir o marido no cruzeiro até então sonhado pelos dois. Para ajudá-la no plano, Adriana convida a irmã Luíza (Fabíula). A diarista Dialinda entra de gaiata no navio.
Entre uma confusão e outra, o filme dirigido por Chris D´Amato (que já fez trabalhos melhores na Globo, como os eriado As cariocas) se preocupa em mostrar as atividades existentes a bordo de um transatlântico de luxo. Duas cenas se salvam: Gianecchini afirmando que não é gay e o beijo de desentupir pia entre Fabíula e Thalita.