Deborah Secco enfrenta barra pesada em Boa sorte

Filme estreia nesta quinta-feira (27/11) em circuito nacional
Ernesto Barros
Publicado em 27/11/2014 às 6:00
Filme estreia nesta quinta-feira (27/11) em circuito nacional Foto: Imagem Filmes/Divulgação


A menos de um mês para o final do ano, o cinema brasileiro joga suas últimas fichas para reverter o fraco desempenho junto ao público em 2014. Nesta quinta-feira (27/11), quatro novas produções nacionais chegam aos cinemas do Estado, sendo três em lançamento nacional. A que chega com mais gosto de gás para conquistar uma fatia do público é a produção carioca Boa sorte, de Carolina Jabor. O chamariz do filme é a volta à tela grande de Deborah Secco, três anos depois do sucesso de Bruna Surfistinha, que levou mais de 2 milhões de pessoas às salas de cinema.

De acordo com informações prévias do portal Filme B, até outubro a participação brasileira no mercado exibidor estava em 12,4%. A previsão é de que será difícil atingir a excelente marca de 17,8% alcançada no ano passado. O recorde é de 2003, quando os filmes brasileiros ficaram com 22% do market share daquele ano. Daí a aposta mais uma vez em Deborah Secco.

Com farta exposição em peças de teatro e novelas, ela é uma das poucas atrizes brasileiras que têm aquilo que os americanos chamam de star power (o poder que uma estrela tem em arrebanhar plateia e levá-la ao cinema). Boa sorte, para dizer a verdade, não tem um terço do hype e do sensacionismo de Bruna Surfistinha, que, muito antes de virar filme, já excitara milhares de marmanjos com as histórias picantes publicadas em livro da ex-garota de programa Raquel Pacheco.

Em compensação, Boa sorte é bastante superior a tudo o que Deborah já fez no cinema. Isso, no entanto, não quer dizer que ela usou todo seu poder de estrela para fazer um filme que se tornasse um sucesso a qualquer preço. Ao contrário, Boa sorte é uma aposta arriscada, principalmente num momento em que apenas as comédias dominam por completo o gosto do público que vai ao cinema no País.

Roteirizado por Jorge e Pedro Furtado, a partir do conto Frontal com Fanta, escrito por Jorge, Boa sorte é uma história barra pesada nos tempos da aids e do desprezo familiar. Débora é Judite, 30 e poucos anos, que vive internada numa clínica psiquiátrica. Além de problemas psicológicos e dependência química, ela está condenada à morte. Soropositiva e portadora de hepatite C, Judite não pode mais tomar a medicação para controlar o vírus. 

Judite será a musa de João (João Pedro Zappa), um adolescente de 17 anos, também dependente de remédios, que é internado pelos pais. Com segurança, sensibilidade e um olhar poético para o destino dos seus personagens, Carolina Jabor faz uma boa estreia no longa-metragem de ficção, que nem mesmo sua experiência em publicidade foi capaz de prejudicar. Além de Deborah, que fica pelada em muitas cenas, e do novato João Pedro Zappa, o elenco ainda conta com Enrique Díaz e Fernanda Montenegro. Numa cena, ela fuma um baseado e prova porque é a grande dama do cinema brasileiro.


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