Crise vai dificultar acesso a patrocínio cultural, diz diretor do Cine PE

A 19ª edição do Cine PE foi aberta no sábado (2) e tem o patrocínio do Ministério da Cultura, por meio da Lei Rouanet de Incentivo à Cultura
Da ABr
Publicado em 04/05/2015 às 18:34
A 19ª edição do Cine PE foi aberta no sábado (2) e tem o patrocínio do Ministério da Cultura, por meio da Lei Rouanet de Incentivo à Cultura Foto: Foto: Paulo Sérgio Sales/ SEI (18/07/2014)


As dificuldades para conseguir patrocínio na área cultural no Brasil tendem a se agravar em um ano de crise econômica. A avaliação é do diretor do Cine PE, Alfredo Bertini, em entrevista à Agência Brasil. “A gente está passando por um momento difícil, em função dessa crise econômica, que não se sabe o prazo de validade dela, mas no geral é muito difícil, ainda mais quando a gente não está nas áreas mais beneficiadas pelos patrocínios”, disse, destacando que, apesar da falta de recursos, continuará lutando.

A 19ª edição do Cine PE foi aberta no sábado (2) e tem o patrocínio do Ministério da Cultura, por meio da Lei Rouanet de Incentivo à Cultura; do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES); da Petrobras; do governo do estado de Pernambuco; da prefeitura de Recife; e da Ambev, além de instituições locais.

Bertini ressaltou como de suma importância para a capital e o estado de Pernambuco a realização do Cine PE. “Já são 19 anos. É uma história, uma trajetória a ser considerada”. Admitiu que mesmo não sendo um protagonista da efervescência e do bom momento por que passa o setor audiovisual de Pernambuco, “com certeza, somos um fator indutor desse processo. Nós ajudamos, contribuímos de alguma maneira”.

Ele lembrou que na época de criação do festival, não havia eventos dessa natureza no estado. Hoje, o Cine PE é referência para o surgimento de importantes cineastas pernambucanos, alguns dos quais laureados com prêmios no Brasil e no exterior, como Cláudio Assis (A Febre do Rato e Baixio das Bestas), Kléber Mendonça Filho (O Som ao Redor) e Marcelo Gomes (Cinema, Aspirinas e Urubus).

“Teve gente que passou por nossas oficinas e se transformou em diretor, teve gente que frequentou e se tornou diretor, teve gente que foi influenciado de alguma maneira. Mas não somos protagonistas. Somos um fator catalisador a mais”. Segundo Bertini, o mais importante nesse processo de formação de novos cineastas é a força da política pública. “No estado de Pernambuco, o governo foi sempre muito presente nessa política a favor do audiovisual”.

A 19ª edição do Cine PE homenageia a atriz de cinema e teatro Helena Ignez, a obra do escritor Ariano Suassuna e o ex-governador Eduardo Campos, morto em agosto do ano passado. Também será homenageado o músico Alceu Valença, diretor do longa-metragem A Luneta do Tempo (2014), que será exibido pela primeira vez no estado.

O festival se estenderá até o dia 8. Ele engloba quatro mostras: Curtas Pernambucanos, Curtas Nacionais, Longas Documentários e Longas de Ficção. No evento, estão exibidos filmes inéditos, tanto de cineastas brasileiros, como internacionais. O festival recebeu 720 inscrições e resultou na seleção de 27 filmes, sendo 12 de cineastas pernambucanos. Nesta edição, o festival retornou ao local de sua estreia, o Cinema São Luiz em Recife. Os vencedores das quatro categorias receberão o Troféu Calunga, em solenidade marcada para a próxima sexta-feira (8).

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