Recordista de prêmios no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro – já ganhou o Candango de Melhor Filme três vezes, por Big Jato (2015), Baixio das Bestas (2005) e Amarelo Manga (2002) –, o cineasta pernambucano Cláudio Assis tenta o tetracampeonato com Piedade, um dos sete filmes que concorrem na Mostra de Longas-Metragens da 52ª edição do certame, o mais antigo e político do País. O festival começa nesta sexta-feira (22) e se estende até o dia 30 (sábado), com a cerimônia de premiação no Cine Brasília. No domingo, o evento ganha um dia extra para a exibição dos filmes vencedores nas suas mostras principais.
Na abertura, às 19h, o festival apresenta, fora da competição, o longa-metragem ítalo-brasileiro O Traidor, de Marco Bellocchio, que esteve na Seleção do Festival de Cannes, em maio passado. O longa, parcialmente filmado no Brasil, conta a história do mafioso Tommaso Buscetta, que fugiu da Itália, no início da década de 1980, e encontrou refúgio no País. Foi preso pela polícia brasileira e depois extraditado, até decidir encontrar-se com o juiz Giovanni Falcone e trair o voto eterno que fez à Cosa Nostra. O elenco é composto pelos italianos Pierfrancesco Favin, Luigi Lo Cascio, Fausto Russo Alesi e a brasileira Maria Fernanda Cândido.
Com nova curadoria, várias mostras paralelas e a volta da premiação em dinheiro – cerca de R$ 270 mil distribuídos nas Mostras de Longas e Curtas-Metragens –, o festival teve que ser adiado para o final de novembro (geralmente acontece em setembro) e por pouco não foi cancelado.
Piedade, o quinto longa-metragem de Cláudio Assis, terá sua estreia na noite de amanhã, com a presença do diretor e dos atores Cauã Reymond, Irandhir Santos, Mariana Ruggiero e Matheus Nachtergaele. O filme ainda traz Fernanda Montenegro num dos personagens principais. O longa foi filmado no Porto de Suape e na Praia do Paiva, Litoral Sul do Estado. Fernanda faz o papel de uma matriarca que gerencia um bar, na fictícia cidade de Piedade. A chegada de um executivo de uma empresa petrolífera balança a harmonia da família, ao trazer revelações sobre relacionamentos dos filhos.
Entre os longas que competem com Piedade, o mais conhecido é A Febre, de Maya Da-Rin, que vem colecionando prêmios em festivais internacionais. O filme acompanha a jornada de um indígena que trabalha no Porto de Manaus.
Além do longa de Cláudio Assis, Pernambuco está representado com dois filmes na Mostra Competitiva de Curtas-Metragens. A dupla Enoque Carvalho e Matheus Farias, já no segundo curta, concorre com Caranguejo Rei. O outro filme é A Nave de Mané Socó, realizado pelo veterano montador pernambucano, radicado no Rio, Severino Dadá, sobre uma invasão espacial no Sertão do Estado. Na mostra Território Brasil, o representante local é o documentário: Siron – Tempo sobre Tela, de André Guerreiro Lopes e Rodrigo Campos e produção de Malu Campos.
Mostra Competitiva de Longas-metragens
Piedade, de Cláudio Assis (RJ/PE, ficção, 85´)
A Febre, de Maya Da-Rin (RJ, ficção, 98´)
Alice Júnior, de Gil Baroni (PR, ficção, 87´)
O Mês que Não Terminou, de Francisco Bosco e Raul Mourão (RJ, documentário, 104´)
Loop, de Bruno Bini (MT, ficção, 98´)
O Tempo que Resta, de Thaís Borges (DF, documentário, 73´)
Volume Morto, de Kauê Telloli (SP, ficção, 76´)
Mostra Competitiva de Curtas-metragens
Alfazema, de Sabrina Fidalgo (RJ, ficção, 24´)
Carne, de Camila Kater (SP, animação, 12´)
Ari y Yo, de Adriana de Faria (PA, documentário, 12´)
Caranguejo Rei, de Enoque Carvalho e Matheus Farias (PE, ficção, 23´)
A Nave de Mané Socó, de Severino Dadá (PE, ficção, 18´)
Cabeça de Rua, de Angélica Lourenço (MG, ficção, 14´)
Parabéns a Você, de Andréia Kaláboa (PR, ficção, 19´)
Pelano!, de Christian Mariane e Calebe Lopes (BA, ficção, 12´)
Angela, de Marília Nogueira (MG, ficção, 14´)
Rã, de Julia Zakia e Ana Flávia Cavalcanti (SP, ficção, 15min30s)
Chico Mendes – Um Legado a Defender, de João Inácio (DF, documentário, 10´)
Marco, de Sara Benvenuto (CE, ficção, 20´)
Amor aos Vinte Anos, de Felipe Arrojo Poroger e Toti Loureiro (SP, ficção, 24´)
Sangro, de Tiago Minamisawa, Bruno H. Castro e Guto BR (SP, animação, 7´)
Mostra Território Brasil
A Batalha de Shangri-lá, Severino Neto e Rafael de Carvalho (MT, ficção, 99´)
A mulher e o Rio, de Bernard Lessa (ES, ficção, 87´)
Amizade – Tekoayhu, de Chico Faganello (SC, documentário, 89´)
As Órbitas da Água (MA, ficção, 73´)
Dorivando Saravá, o Preto que Virou Mar, de Henrique Dantas (BA, documentário, 86´)
Eu, um Outro, de Silvia Godinho (MG, documentário, 110´)
Fakir, de Helena Ignez (SP, documentário, 92´)
Jackson – Na Batida do Pandeiro, de Marcus Vilar e Cacá Texeira (PB, documentário, 100´)
Lamento, de Diego Lopes e Cláudio Bitencour (PA, ficção, 105´)
Máquina de Sonhos, de Nycolas Albuquerque (AP, documentário, 75´)
Mestre Cupijó e Seu Ritmo, de Jorane Castro (PA, documentário, 75´)
Niède, de Tiago Tambelli (PI, documentário, 135´)
O Buscador, de Bernardo Barreto (RJ,ficção, 86´)
Os Bravos Nunca se Calam, de Marcio Schoenardie (RS, ficção, 104´)
Servidão, de Renato Barbiere e Neto Borges (DF, documentário, 72)
Siron – Tempo Sobre Tela, de André Guerreiro Lopes e Rodrigo Campos(PE, documentário, 91´)
Soldados da Borracha, de Wolney de Oliveira (CE, documentário, 93´)
Vermelha, de Getúlio Ribeiro (GO, ficção, 78´)
Mostra Vozes
Maria Luiza, de Marcelo Díaz (DF, documentário, 80´)
Batalha, de Cristiano Burlan (SP, documentário, 75´)
Família de Axé, de Tetê Moraes (RJ, documentário, 76´)
Cine Marrocos, de Ricardo Calili (SP, documentário, 76´)
Mostra Guerrilha
O Espiral de Contos de Deolindo Flores, de Rodrigo Araujo e Thiago L. Soares (SC, ficção, 83´)
Hopekillers, de Thiago Moyses (RJ, ficção, 120´)
Incursão, Eduardo P. Moreira e Silvio Toledo (PB, ficção, 114´)
Mostra Novos Realizadores
Música para Morrer de Amor, de Rafael Gomes (SP, ficção, 102´)
Rodantes, de Leandro Lara (MG, ficção, 100´)
A Colmeia, de Gilson Vargas (RS, ficção, 100´)
Um Filme de Verão (RJ, ficção, 94´)
Mostra Futuro Brasil
A Matéria Noturna, de Bernard Lessa (ES, ficção, 110´)
Mulher Oceano, de Djin Sganzerla (SP, ficção, 97´)
O Cerco, de Aurélio Aragão, Gustavo Bragança e Rafael Spínola (RJ, ficção, 93´)
O Espaço Infinito, de Leo Bello (DF, ficção, 85´)
Pajeú, de Pedro Diógenes (CE, documentário, 70´)
Nazinha, de Belisario Franca (RJ, documentário, 92´)