Com o anúncio das indicações ao Oscar 2020, na próxima segunda-feira (13), os últimos filmes da temporada de premiação chegam aos cinemas brasileiros nas próximas duas semanas. Afinal, a cerimônia de entrega das estatuetas está batendo na porta: dia 9 de fevereiro, no Dolby Theatre, em Los Angeles.
E um dos últimos candidatos às cobiçadas estatuetas douradas tem pré-estreia marcada para o fim da semana que vem. O estupendo e emocionante 1917 (2019), de Sam Mendes, tem sessões nos dias 18 e 19, antes da estreia no dia 23.
1917 vem embalado pelos Globos de Ouro de Melhor Filme (Drama) e Melhor Diretor (Sam Mendes), conquistados no último domingo. O filme vem como um rolo compreensor na reta final da temporada, com força suficiente para enfrentar Coringa, O Irlandês e Era Uma Vez... em Hollywood, alguns dos filmes considerados para liderar as indicações do Oscar.
Visceral e humano como os melhores filmes que retrataram a Primeira Guerra Mundial (na mesma linha dos clássicos Nada de Novo no Front e Glória Feita de Sangue), 1917 ainda é um grande desafio técnico. Para mostrar o esforço inacreditável de dois soldados britânicos - escolhidos para enviar uma mensagem, entre as linhas inimigas (alemãs), na tentativa de salvar uma companhia inteira de uma emboscada -, Sam Mendes e o diretor de fotografia Roger Deakins fizeram o filme como se fosse um interminável plano-sequência de duas horas.
Ao contrário de a técnica atrapalhar ou ficar muito evidente, o resultado é que o esforço de sobrevivência dos personagens acabam por fazer com que o espectador se concentre em seus desafios, quando enfrentam toda sorte obstáculos para chegar até a companhia. Os atores George McKay (o rapaz de Capitão Fantástico) e Dean-Charles Chapman (da série Game of Thrones) estão nada menos que fantásticos, especialmente o primeiro, que está no filme da primeira à última cena. A câmera acompanha os atores como se fosse mais um personagem, ou seja, como se fossem os olhos dos espectadores.
1917 é um filme ímpar, que já chega para figurar entre os melhores que retrataram a Primeira Guerra Mundial, como uma crítica aos conflitos bélicos que atentam contra a humanidade.