A Região Metropolitana do Recife encerra nesta quarta-feira (26) um ciclo histórico para a televisão no Brasil: o desligamento do sinal analógico, no ar há 57 anos em Pernambuco, e a substituição definitiva pelo sinal digital. Isso significa que, a partir das 0h desta quinta-feira (27), quem não estiver preparado para receber o novo formato de imagem e som pelos televisores não poderá acompanhar mais a TV aberta nesta região.
De acordo com a Agência Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), uma pesquisa do Ibope Inteligência divulgada anteontem mostrou que 92% dos domicílios da região estão aptos a receber o novo sinal. Segundo a portaria do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, para o fim das transmissões analógicas, pelo menos 90% dos lares deveriam estar preparados para a recepção do sinal digital.
Além do Recife, o sinal analógico será desativado em mais 13 cidades – Jaboatão dos Guararapes, Abreu e Lima, Araçoiaba, Cabo de Santo Agostinho, Camaragibe, Igarassu, Ilha de Itamaracá, Ipojuca, Itapissuma, Moreno, Olinda, Paulista e São Lourenço da Mata, levando para cerca de 3,8 milhões de pessoas o sinal digital mais limpo, sem chiados e ruídos.
Mesmo com o desligamento, os canais ainda devem apresentar na tela, durante 30 dias, informações ao telespectador sobre o fim das transmissões analógicas, marcando o início da TV digital.
Segundo a Seja Digital, responsável pelo desligamento do sinal analógico em todo o Brasil, o índice de retirada dos kits digitais gratuitos destinados às famílias de baixa renda cadastradas em programas sociais surpreendeu. Foram 520 mil kits entregues com antena digital, conversor e controle remoto na RMR. “O trabalho de mobilização e articulação junto aos municípios foi fundamental para que chegássemos hoje aos índices desejados. A campanha de comunicação também foi primordial para informar a população sobre a mudança”, declarou Neilza Buarque, gerente regional da Seja Digital.
Com apoio de todas os canais da TV aberta de Pernambuco, a TV Jornal – primeira emissora a transmitir em sinal digital no Estado desde 2009 – trabalhou forte na divulgação desta nova fase.
“O desligamento traz inúmeros desafios, mas também uma compensação para o público que é inestimável. Com o ciclo analógico fechado, outras discussões importantes para o mundo digital e da televisão brasileira entrarão em pauta, como a multiprogramação e a integração com outras mídias. Encerra-se uma fase para começar outra tão rica quanto as décadas que já contribuímos para o País na construção de uma vigorosa televisão brasileira”, afirmou Beatriz Ivo, diretora de jornalismo da TV Jornal.