Pilar del Río dá início a Fliporto com homenagem a José Saramago

A jornalista espanhola falou do processo de trabalho e também da vida do escritor português
Diogo Guedes
Publicado em 14/11/2013 às 22:27
A jornalista espanhola falou do processo de trabalho e também da vida do escritor português Foto: Foto: Ricardo B. Labastier/JC Imagem


A abertura da Festa Literária Internacional de Pernambuco, nesta quinta (14/11) à noite, com a conferência da jornalista espanhola Pilar del Río, viúva do escritor José Saramago, foi uma bonita homenagem ao romancista e Nobel da Literatura português. Ao contrário de outras aberturas recentes, como o recital de Maria Bethânia e a palestra de Deepak Chopra, o espaço do congresso literário não chegou a lotar completamente, mas a movimentação foi intensa no restante do festival.

Marcada para às 19h, a fala da jornalista só teve início por volta das 20h20. Antes, o coletivo Literatrupe subiu ao palco para recitar e encenar textos de nomes como José Saramago e Castro Alves. Depois, os escritores Valer Hugo Mãe e Andrea del Fuego, ambos vencedores do prêmio que leva o nome do autor português, leram uma pequena autobiografia escrita por Saramago.

Pilar começou sua falar se focando no tema da mesa, sobre o processo de escrita do marido. “Ele descobriu que queria ser escritor para não descrever o que já era aparente. Para Saramago, escrever era acreditar que as coisas não eram só de um modo”, comentou a jornalista. Ainda ressaltou que o autor detestava que romantizassem o momento da escrita, falando de inspiração, por exemplo: escrever para ele era um trabalho árduo.

O português morreu aos 87 anos, enquanto escrevia Alabardas, alabardas! Espingardas, espingardas!, que deve ser publicada em breve. Sempre afeito a temas políticos, Saramago ataca na obra a indústria armamentista, recuperando histórias de motins em fábricas de bombas e pistolas. Entre momentos emocionados, Pilar citou também o pensamento do português sobre a crise econômica mundial, arrancando aplausos do público presente: “Saramago dizia que não havia nenhuma crise econômica, que o dinheiro não poderia ter simplesmente sumido. A crise, para ele, era de ordem moral”.

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