O notável encontro de Nabuco e Freyre em livro de Fátima Quintas

Escritora e antropóloga pernambucana lança quinta (4/12) Joaquim Nabuco e Gilberto Freyre face a face na Academia Pernambucana de Letras
Do JC Online
Publicado em 04/12/2013 às 6:35
Escritora e antropóloga pernambucana lança quinta (4/12) Joaquim Nabuco e Gilberto Freyre face a face na Academia Pernambucana de Letras Foto: Ricardo Labastier/JC Imagem


Para Gilberto Freyre, Joaquim Nabuco era um homem à frente do seu tempo e dele o sociólogo pernambucano puxou mais do que os pensamentos sobre a escravidão. A relação entre o abolicionista e o autor de Casa-grande & senzala, no entanto, ia muito além dessa leitura direta: passava, como tudo em Freyre, por particularidades, como a apropriação da reconstrução dos tempos de engenho e o prazer pelas minúcias proustianas.

Em Joaquim Nabuco e Gilberto Freyre face a face (Massangana, 232 páginas, R$ 30), a escritora e antropóloga pernambucana Fátima Quintas traça algumas pontes entre o pensamento e a trajetória dos dois autores. O livro conta com cinco ensaios com foco em aspectos específicos dos dois, além de uma seleta de excertos da produção dos dois pensadores. O lançamento acontece quinta (4/12), a partir das 19h, na Academia Pernambucana de Letras, junto a um debate em homenagem aos 80 anos da publicação do clássico Casa-grande & senzala, celebrados neste mês.

“O pensamento de Freyre e de Nabuco convergia de várias formas. Gilberto foi o responsável por criar o embrião da Fundação Joaquim Nabuco. No campo das ideias, por exemplo, ambos eram humanistas, e Gilberto nunca escondeu a admiração pela figura pública de Nabuco”, destaca Fátima Quintas. Para ela, outra influência nabuquiana que o sociólogo levou para os seus trabalhos foi a da linguagem clara do político e pensador pernambucano, especialmente a usada no seu livro preferido de Nabuco, Minha formação.

Um dos destaques do livro é a sua abertura. Fátima propõe neste primeiro ensaio uma ficcionalização produtiva: forja um impossível encontro entre o abolicionista e o sociólogo em um café. Os dois se estudam, intercalados pela análise da antropóloga, em um texto que pinça as semelhanças físicas entre os dois e comenta em que pontos teóricos Freyre continua e amplia o trabalho de Nabuco. Se ambos botaram a escravidão como questão central da para se mudar e se entender o Brasil, tinham personalidades um tanto parecidas.

Leia a matéria completa no Jornal do Commercio desta quinta (4/12)

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