José Nivaldo Júnior toma posse na Academia Pernambucana de Letras

Autor de Maquiavel, o Poder e O Julgamento de Deus ocupará a cadeira de número 34 da instituiação
Do JC Online
Publicado em 23/07/2015 às 6:29
Autor de Maquiavel, o Poder e O Julgamento de Deus ocupará a cadeira de número 34 da instituiação Foto: Divulgação


A Academia Pernambucana de Letras (APL) recebe nesta quinta (23/7) a cerimônia de posse do seu mais novo membro, o escritor e advogado José Nivaldo Filho. Autor de obras como Maquiavel, o Poder e O Julgamento de Deus, ele passa a ocupar a vaga que pertencia ao acadêmico Milton Lins, na cadeira de número 34. O evento, para convidados, começa às 20h.

Os amigos insistiam para o autor se candidatar à APL desde a morte do pai dele, o acadêmico José Nivaldo, mas ele estava reticente. Com a despedida do amigo Milton Lins, achou que era o momento propício. “Eu entendo a APL não como um término de carreira, mas como um fórum de discussão que reúne um verdadeiro mosaico do melhor que existe na cultura pernambucana. É um reconhecimento de um trabalho já feito, mas que ainda tem um longo caminho para se completar. Minha obra ainda é quase incipiente”, afirma José Nivaldo Filho.

No discurso, ele deve prestar homenagens ao pai e a Milton Lins. “Eu fiz o texto ontem e chorei a noite toda. Precisei até tirar as partes mais lacrimosas ou não conseguiria terminá-lo”, confessa.

Seus planos para a escrita envolvem duas linhas. Uma é retornar aos trabalhos teóricos, de não ficção, mais famosos justamente pelas várias edições de Maquiavel, o Poder ao redor do mundo. “A reflexão política é algo fundamental para a sociedade hoje. Temos informações mas não pensamos sobre elas. O mundo precisa recompor suas referências”, comenta. Na literatura, a ideia é continuar falando da política brasileira através da ficção, o que já fazia em O Atestado da Donzela 2 e O Julgamento de Deus. “Minha escrita é a partir da obra do meu pai. Estamos num país conservador, mas eu continuo como um ‘gauche’”, brinca o militante contra a ditadura militar, reafirmando suas posições políticas.

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