Após o jornal norte-americano The New York Times publicar no sábado, 13, uma matéria com o relato de homens, entre modelos e ex-assistentes, afirmando ter sido assediados sexualmente pelo fotógrafo peruano Mario Testino e pelo norte-americano Bruce Weber, algumas empresas anunciaram que não irão mais trabalhar com eles.
Em comunicado, Anna Wintour, editora-chefe da Vogue America, e Bob Sauerberg, diretor do grupo Condé Nast, detentor dos títulos Vogue, GQ e Glamour no mundo todo, afirmaram que ambos estão banidos das publicações da editora. "Estamos perturbados com estas acusações e as levamos muito a sério, como foi dito no nosso estatuto contra o assédio sexual. Por causa disso, não iremos fazer nenhum trabalho novo com Mario Testino ou Bruce Weber até segunda ordem." Testino foi responsável pelas fotos da capa da edição de fevereiro da Vogue America e é um colaborador frequente da publicação, tendo inclusive um papel de destaque no documentário September Issue, que mostra os bastidores da revista.
Em outubro de 2017, a empresa afirmou que não iria mais trabalhar com Terry Richardson pelo mesmo motivo.
Segundo o portal WWD, algumas marcas também emitiram comunicados sobre o assunto. A Michael Kors afirmou que, devido a gravidade das denúncias, não iriam mais contratar Testino para campanhas. A inglesa Burberry emitiu um pronunciamento: "A segurança e o bem-estar das pessoas com quem trabalhamos é uma prioridade de Burberry e procuramos nos assegurar que todos os nossos parceiros compactuem com nossos princípios e políticas, como também que cumpram todas as leis e regulamentações."
Wendy Kahn, presidente da marca de calçados Stuart Weitzman, que teve sua última campanha fotografada pelo peruano, também se pronunciou sobre o caso. "Levamos acusações dessa natureza muito a sério e fornecer um ambiente de trabalho seguro, onde todos se sentem respeitados, é nossa prioridade número um. Como resultado, não iremos mais trabalhar com Mario Testino no futuro "
A Ralph Lauren, que teve diversas campanhas clicadas por Weber, afirmou que não contrata pessoas com o tipo de conduta das denúncias. "As alegações reportadas no The New York Times são completamente contrárias aos nossos valores e ao nosso compromisso de criar um ambiente onde nossos funcionários e parceiros se sentem bem recebidos, seguros e possam dar o seu melhor. Não faremos negócio com ninguém que se comporte de maneira que comprometa nossa missão."
"Estamos preocupados com os ocorridos dos últimos dias", dizia o texto emitido pelo Conselho de Moda Britânico (British Fashion Council). "A indústria precisa levar estas denúncias a sério, e queremos garantir que a indústria da moda é uma em quem estamos todos orgulhosos de trabalhar, que tem zero tolerância com assédio sexual e trata a todos com respeito. Embora não tenham denúncias levantadas diretamente contra nós, sentimos que existe a necessidade de uma abordagem global para erradicar estas práticas inaceitáveis."