Todo calor, o terceiro disco solo de Isaar, está disponível a partir de hoje no site da cantora (www.isaar.com.br). O download é gratuito, através da plataforma “Pague com um tweet”. O disco físico está previsto de chegar às lojas em março: “É o lançamento oficial, porque, na verdade, já tem um tempo que venho colocando as músicas deste disco no repertório dos meus shows. No Natal, cantei grande parte do repertório”, comenta Isaar, que não lançava disco há cinco anos (o último foi Copo de espuma, de 2009).
Todo calor teve uma gestação complicada desde que começou a ser concebido – inclusive com um parto real em sua história. Isaar foi mãe e desacelerou o projeto para cuidar do filho. Nascimento e morte, esta última do baixista Lito, que participou ativamente da concepção do álbum, dos arranjos. O disco foi gravado em 2011: “Desde então, muita coisa aconteceu. A banda se diluiu. Parei de viajar depois que engravidei. Quando recomecei, me preparava para lançar o disco, então Lito morreu”, conta Isaar.
O baixista Lito (ex-Cascabulho) tocava com ela desde 2005 e faleceu em setembro de 2012, atingido por uma bala perdida, na praia de Gaibu (Cabo de Santo Agostinho), segundo se noticiou. Isaar decidiu, então, dar uma parada, abalada com o desaparecimento do amigo e parceiro. É dos dois, por sinal, a música que dá título ao disco. Um álbum bem diferente dos dois trabalhos anteriores da cantora, menos apegado às raízes, mais pop: “Realmente, neste disco o pop fica mais evidente, mas considero que meus outros trabalhos também são pop. Este disco é diferente, porque é o resultado do que ouvi enquanto fazia ele. É um disco do som ao redor. Quando estou gravando, nunca ouço CDs de outros artistas. Presto atenção, no entanto, no que escuto onde ando. Nas festas, o que tocam pelas ruas... É por isso que Todo calor tem muita coisa: reggae, levadas latinas... Desta vez, fiquei mais livre do regional, me libertei mais para gravar o que me desse vontade”, explica Isaar.
Isso se evidencia na seleção das canções do álbum. A faixa que fecha o disco, por exemplo, Espero bem devagar, da própria Isaar, vem do tempo do Comadre Florzinha: “Incluí no disco, porque tinha a ver comigo na época. Estava grávida, a letra fala nisso de espera. ‘Espero bem devagar’, diz a letra. A mais recente foi feita com Lito. Tem um reggae, de Beto Villares, só que a música como gravei é bem diferente da original. Mas os arranjos, na maioria, foram feitos por Lito. Muita coisa a gente fez no violão. Inclusive, na última faixa, o baixo é de Lito. Quando chegamos no Fábrica, para Berna produzir, muita coisa já estava pronta, bem ensaiada”, conta.