De ouvidos abertos às experimentações com novo projeto de DJ Dolores neste domingo

Junto ao violeiro Hugo Linns, Dolores apresenta no encerramento do festival Continuum o Fuso. Banda local Pooru também se apresenta
Valentine Herold
Publicado em 25/05/2014 às 0:30
Junto ao violeiro Hugo Linns, Dolores apresenta no encerramento do festival Continuum o Fuso. Banda local Pooru também se apresenta Foto: Foto: Cynara Melo/Divulgação


Conhecer, sentir, avaliar, realizar, degustar e tentar. São muitos os sinônimos e os significados para a palavra experimentar e, mesmo se aparentemente todos os verbos citados façam mais sentido quando se fala em gastronomia, de maneira unânime se encaixam como parte do processo de composição musical. E à experimental, então – nem se fala! –, podemos ainda acrescentar mais outras palavras na receita: explorar, ensaiar e vivenciar. Os ruídos, as distorções, as sobreposições e tudo mais que soa como atrapalho à audição são, na verdade, elementos pensados e os principais atores desta inicialmente “confusa” sonoridade.

Hoje, no encerramento da quinta edição do festival de arte e tecnologia Continuum e segundo dia das apresentações musicais no Centro Cultural Correios, o experimentalismo segue dando o tom, desta vez com as bandas Pooru e Fuso, depois dos shows da banda Rua e do músico Cadu Tenório de ontem. A Fuso é estreante, mas é formada por uma dupla com trânsito antigo entre os verbos mencionados na primeira linha deste texto: DJ Dolores e Hugo Linns. O projeto foi formado para o Dois Sons, iniciativa da revista Outros Críticos que reúne, a cada edição, dois artistas com propostas sonoras aparentemente diferentes. A apresentação da Fuso, inclusive, faz parte da programação de lançamento da terceira edição da publicação.

Mas nem um nem outro quer chamar o evento de show. “É um experimento musical. Está mais para uma performance de arte contemporânea do que de música convencional”, explica o DJ. Chegar tão junto assim do experimentalismo sonoro e poder mostrar o resultado ao público é novidade para os dois artistas. 

Desde o início de sua carreira, como produtor e compositor, há 16 anos, Dolores flerta com este tipo de gênero, mas diz ter se encaminhado para trabalhar mais com canções por contingência. “É raro para a gente ter essa oportunidade que estamos tendo agora de poder mostrar este tipo de experiência sensorial, pura”, conta.

Para Hugo, a exploração por esse campo é ainda maior. “É novo para mim, porque meu som não é experimental. Chego a mesclar a viola tradicional com batidas eletrônicas, mas não tanto. E acho que é importante para todo artista estar experimentando”, ressalta. “E para o público”, acrescenta Dolores. 

Cerca de uma hora antes do horário previsto para a Fuso subir ao palco do Continuum, quem mostra suas misturas sonoras é a banda também pernambucana Pooru, formada por Henrique Faz, Lucas Alencar, Marcelo Campello (ex-Mombojó), Iezu Kaeru (Embuás) e Igor Medeiros (Lirinha).

O quinteto traz músicas compostas e executadas com instrumentos convencionais – e outros nem tanto. Quase que retomando a temática do experimentar como sinônimos de culinária: canudos, panelas e garrafas são alguns dos objetos utilizados pela banda para chegar à sonoridade desejada. O desafio do Pooru é, segundo eles, encontrar materiais cotidianos e criar diálogos com instrumentos tradicionais. Experimentando e avante!

Leia a matérioa na íntegra na edição deste domingo (25) do Caderno C, no Jornal do Commercio

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