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Lenine enche a praça na madrugada de Garanhuns

Cantor manteve o show apesar da morte do pai; no Palco Pop, Ave Sangria uniu novos e velhos fãs
Bruno Albertim
Publicado em 19/07/2015 às 9:33
Cantor manteve o show apesar da morte do pai; no Palco Pop, Ave Sangria uniu novos e velhos fãs Foto: Léo Caldas/Titular/Divulgação


GARANHUNS -  Depois das três primeiras canções do novo disco Carbono, fortemente marcadas pelo acento roqueiro da guitarra, Lenine dedicou o show ao pai, falecido, aos 93 anos,  na sexta-feira. "Dedico essa noite, e todas as noites, a seu Geraldo", disse o artista, acompanhado pelo filho Bruno na banda de quatro integrantes.

Carbono é um show de novas e instingantes e antigas canções. Perto das três da manhã, na metade da apresentação, a praça Dominguinhos ainda lotada apesar da chuva intermitente, Lenine interrompeu o script e atendeu aos gritos do gargarejo. "São canções que estão fora da turnê, mas vou fazer aqui". Paciência foi cantada praticamente pelo coro da plateia ao dedidilhar das cordas do cantor. Leão do Norte uniu a mulridão com a força do hino que é. 

Mas o grande show da noite ficou mesmo com a veterana Ave Sangria, a banda síntese da contracultura setentista pernambucana. Antes mesmo de os músicos entrarem no palco, a plateia já cantava, à capela, os versos da canção Pirata. Foi o primeiro show em pernambuco depois da morte do músico Ivinho (um anterior aconteceu na Virada Cultural de São Paulo). Ao lado de veteranos como Zé da Flauta, a banda contou com novos e eficientes reforços.

Confira o VT da TV Jornal para a noite do sábado:

Gilu Amaral, da Orquestra Contemporânea de Olinda, dentre outros projetos, assumiu a percussão. O múltiplo Juliano Hollanda, o baixo. "É muito bom tocar numa banda que eu cresci ouvindo, que fez esse disco que é um clássico tão forte como o Acabou Chorare dos Novos Baianos ou o disco do Secos & Molhados. E melhor ainda ver essa galera jovem, com 20 e poucos anos, descobrindo o Ave Sangria com o mesmo entusiasmo que eu tive quando descobri", disse Gilu.

A profusão elegantemente psicodélica de rock n roll com elementos sutis da música mais tradicional nordestina, e as letras narrativas e imagéticas de Marco Polo Guimarães, confirmam que o Ave Sangria tem ainda vários expedientes a prestar na folha de bons serviços do pop brasileiro.

Na antiga Praça Guadalajara, atual Dominguinhos, um dos shows mais incendiários da noite ficou por conta da Orquestra Contemporãnea de Olinda. Com canções do disco novo e clássicos do repertório como Sereia e Ladeira, botou a multidão pra dançar com seu frevo vibrante e cheio de ingredientes do pop do mundo. Acabaram com a usual referência a Otto como Ciranda de Maluco.

Antes, a Eddie de Fabinho Trummer, testou a receptividade das canções mais narrativas do novo álbum Morte e Vida ao lado de hits como Betinha e Você vai cair. "Fazemos essa mistura porque estamos diante de um público grande, que nem sempre conhece a banda", disse Fabinho, feliz diante da praça rendida ao Original Olinda Style.

Confira o balanço geral do fim de semana:

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