Levando cerca de quatro anos para ser produzido, aos trancos e barrancos no cenário da música independente, Fortaleza é o mais recente disco da banda cearense Cidadão Instigado. Ele pode ser ouvido e baixado, no site da banda, mas ainda não existe fisicamente. Para discutir as relações do artista com o mercado e da música como mercadoria, um debate cujo tema é A Música como Fetiche norteia o segundo encontro do Festival Outros Críticos Convidam, nesta quinta-feira (17), na Torre Malakoff. A conversa acontece às 19h, entre o público e o guitarrista Fernando Catatau, mediado pelo o jornalista Rodrigo Édipo, da revista Música Independente – MI. Em seguida, às 21h, haverá um show da banda pernambucana Kalouv.
Em entrevista à TV JC, Catatau – que também é produtor de discos como Avante (Siba) e Iê Iê Iê (Arnaldo Antunes) – falou sobre os meandros da indústria musical, passando inclusive pela surpresa que ele e seus amigos da Cidadão tiveram ao se descobrirem vencedores do Prêmio Multishow. “Eu acho legal o prêmio ter essa mudança. O Superjúri é uma galera que saca de música e se preocupa; acho que foi escolhido como deveria ser. Senão, não valeria a pena”, declarou.
“Do artesanato da música à reprodução seriada para o mercado, tudo pode ser fetichizado, ou seja, alçado a certo valor que no fundo serve mais para a lógica do consumo acrítico do que outra coisa”, explica o curador do OCC, Carlos Gomes, sobre o assunto do debate. Segundo ele, a escolha se deu pela escassez de discussões sobre o tema.
Catatau, que inicialmente só viria ao Recife para o debate, se apresentou solo, nesta quarta-feira (16), no projeto Excentricidades, na Boa Vista. “Também vou aproveitar e tocar com a Kalouv”, disse, referindo-se ao show de desta quinta. O grupo instrumental é formado pelos músicos Basílio Queiroz (baixo), Bruno Saraiva (teclado), Rennar Pires (bateria), Saulo Mesquita (guitarra) e Túlio Albuquerque (guitarra).