Nações de baque solto se encontraram este fim de semana no terreiro do Engenho Cumbe, em Nazaré da Mata, para comemorar os 100 anos do Cambinda Brasileira. A festa começou no sábado (13) pela manhã e só terminou neste domingo (15). Coco, ciranda e muito maracatu deram o tom da festa, que lotou a sede do Cambinda na zona rural. A comemoração também marcou a largada do Carnaval para o grupo, que este ano programa fazer pelo menos 20 apresentações no Estado.
O Cambinda fez uma apresentação na noite do sábado com as fantasias do maracatu e na madrugada do domingo voltou a aparecer no Cumbe, dessa vez acompanhado por todos que participavam da festa e quiseram se juntar ao grupo para "bater pau". O terreiro ficou pequeno para tanta gente que foi prestigiar o maracatu centenário. Depois de manobrar no chão de barro vermelho, os integrantes do grupo se reuniram em torno do bolo gigante para cantar parabéns. Emocionados, os filhos do falecido dono do maracatu, João Padre, lembraram do pedido do pai para não deixar a brincadeira desaparecer.
O presidente do maracatu, Elex Miguel, discursou lembrando que a história do Cambinda Brasileira se confunde com a do baque solto. "Todos os que estão aqui hoje vão fazer parte da história dos 100 anos do Cambinda", disse, emocionado. Em seguida, o mestre Anderson Miguel os poetas de outros grupos que estavam no local para improvisar versos na festa centenária.
Ao longo dos dois dias dias, vários maracatus riscaram o terreiro do Cumbe: Estrela Brilhante, Águia Dourada e Leão Formoso, todos de Nazaré da Mata. O coco de Mano de Baé e a Ciranda Flor de Lírio fizeram o Cumbe pegar fogo e levantar poeira. O encerramento das atrações ficou por conta dos Ticuqueiros, que no pedido de bis desceu do palco para tocar frevo no meio do povo. Em seguida, Mestre Anderson fechou a festa improvisando versos de despedida e botando o terno para ferver. E que venham mais 100 anos.