O grupo Procure Saber, formado pelos músicos Gilberto Gil, Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Chico Buarque, Caetano Veloso, Milton Nascimento e Djavan e um dos principais porta-vozes na polêmica das biografias, divulgou nesta quarta (30/10) um vídeo em que três dos seus membros expõem sua opinião sobre o assunto. Nos depoimentos, Gilberto Gil, Erasmo Carlos e Roberto Carlos dizem não defender a censura prévia de biografias - um abrandamento do tom inicial do debate - , mas sim um equilíbrio entre o direito à expressão e o direito à privacidade.
"Quando nos sentimos invadidos, julgamos que temos o direito de nos preservar e, de certa forma, preservar a todos que de alguma maneira não têm, como nós temos, o acesso à mídia, ao judiciário, aos formadores de opinião", diz Gilberto Gil em um dos momentos do vídeo. Já Roberto Carlos admite que a posição inicial havia sido radical demais: "Não negamos que essa vontade de evitar a exposição da intimidade e da nossa dor ou da dor dos que nos são caros, em dado momento, nos tenha levado a assumir uma posição mais radical".
"Não somos censores. Nós estamos onde sempre estivemos: pregando a liberdade, o direito às ideias, o direito de sermos cidadãos que têm uma vida comum, que têm família e que sofrem e que amam. Às vezes a dois, ou na solidão, sem compartilhar com todos os momentos que são nossos", ainda afirma Roberto, um dos pivôs da polêmica, responsável por proibir a circulação da biografia Roberto Carlos em detalhes.
"Nós queremos também afastar toda e qualquer hipótese de censura prévia. Queremos, sim, garantias contra os ataques, os excessos, as mentiras, os insultos, os aproveitadores", defende Gilberto Gil. Erasmo também garante a posição: "Se nos sentirmos ultrajados, temos o dever de buscar nossos direitos". Uma das conclusões do vídeo é de Roberto Carlos: "Não queremos calar ninguém, mas queremos que nos ouçam".