O crítico, produtor e diretor de cinema pernambucano Kleber Mendonça Filho, de Aquarius e O Som ao Redor, entregou, nesta quarta-feira (6), ao presidente da Fundação Joaquim Nabuco, Luís Otávio Cavalcanti, uma carta pedindo exoneração da coordenação de Cinema. Em seguida, o cinesta viajou para os Estados Unidos, onde vai apresentar Aquarius no Festival de Cinema de Nova York, e só retorna no fim do mês.
Kleber atuava na autarquia ligada ao Ministério da Educação há 18 anos. O afastamento, segundo o cineasta, se deve à necessidade de se dedicar “a projetos de cinema”. Na carta, ele não se refere ao episódio do protesto que liderou durante a avant-première do longa-metragem Aquarius no Festival de Cinema de Cannes, em maio deste ano, contra o processo de impeachment da então presidente afastada do Brasil, Dilma Rousseff, que depois foi destituída.
A equipe do filme exibiu cartazes com frases dizendo que havia “um golpe de estado em curso no Brasil”. Aquarius, atualmente em cartaz nos cinemas do Brasil e da França e visto por mais de 350 mil pessoas, foi preterido pelo Ministério da Cultura na escolha para representar o Brasil na disputa de uma indicação ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Na ocasião, o cineasta alegou ter sido vítima de perseguição política.