EUA aplicam sanções contra o banco mais importante da Rússia

Vetos têm o objetivo de punir Moscou por seu papel na crise ucraniana
Da AFP
Publicado em 12/09/2014 às 13:06
Vetos têm o objetivo de punir Moscou por seu papel na crise ucraniana Foto: Foto: ANDREY SMIRNOV / AFP


Os Estados Unidos acrescentaram várias empresas russas em sua lista negra nesta sexta-feira (12), incluindo o principal banco do país, Sberbank, para punir Moscou por seu papel na crise ucraniana.

A Transneft, uma das principais companhias energéticas do mundo, também será afetada por esta nova série de sanções, como havia anunciado na quinta-feira o presidente americano, Barack Obama.

"Diante da intervenção militar direta da Rússia e de seu esforço ostensivo para desestabilizar a Ucrânia, aprofundamos nossas sanções contra a Rússia hoje (sexta-feira) junto com nossos aliados europeus", disse o secretário do Tesouro americano, Jacob Lew.

"Estas decisões ressaltam a determinação da comunidade internacional contra a agressão russa", acrescentou.

Em resposta a estas novas ações, o presidente russo, Vladimir Putin, declarou nesta sexta-feira que as sanções nunca trazem os resultados esperados para aqueles que as decretam.

"As sanções como instrumento de política externa (são) pouco eficazes e não trazem os resultados esperados", declarou o presidente russo à televisão pública à margem de uma cúpula da Organização de Cooperação de Shanghai (OCS) em Douchanbé.

"Se olharmos o problema em sua integralidade, há mais coisas positivas que negativas", considerou.

Além disso, o chefe de Estado russo considerou que a situação na Ucrânia está sendo utilizada para "reviver a Otan como um dos elementos da política externa dos Estados Unidos".

"A Ucrânia foi feita refém dos interesses estrangeiros" e está "sendo utilizada para reviver a Otan", insistiu.

As últimas medidas que Washington aplicou contra a Rússia também incluem maiores controles no financiamento para os grupos energéticos Lukoil, Gazprom, Gazpromneft eSurgutneftgas, assim como para o grupo estatal tecnológico Rostec.

Estas sanções seguem outra série de ações tomadas pela Europa para pressionar a economia russa devido ao conflito na Ucrânia.

Os Estados Unidos proíbem agora as entidades do país de conceder financiamentos que não sejam de curto prazo às empresas russas incluídas na lista, em uma decisão que pode impactar os negócios e previsões no longo prazo.

Por exemplo, um cidadão ou uma companhia americana não estão autorizados a emprestar dinheiro ao Sberbank por mais de 30 dias.

Uma restrição financeira similar, de 30 dias, foi aplicada para as transações com a Rostec.

Em relação à Lukoil, Gazprom e Surgutneftgas, as entidades americanas estão proibidas de fornecer qualquer tipo de apoio, seja material ou tecnológico, em qualquer tipo de projeto de exploração gasífera ou petrolífera no Ártico, qualquer setor em alto mar ou recursos baseados no xisto.

As mesmas medidas foram aplicadas ao gigante petrolífero Rosneft, que já havia sido incluído em uma rodada de sanções anterior.

"O isolamento econômico e diplomático da Rússia seguirá crescendo enquanto suas ações não estiverem de acordo com suas palavras", acrescentou Lew.

"A economia russa já está pagando um preço alto por seu comportamento violatório. O crescimento (do país) caiu para cerca de zero, a inflação superou amplamente a meta e os mercados financeiros russos seguem se deteriorando", detalhou.

Estas novas sanções ocidentais foram aplicadas uma semana depois da entrada em vigor de uma trégua entre Kiev e os rebeldes pró-russos no leste da Ucrânia.

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