O desemprego recuou em fevereiro nos EUA, após uma forte criação de postos de trabalho, sugerindo que fica cada vez mais próximo um aumento nos juros americanos. A notícia surpreendeu os mercados globais e impulsionou o dólar em relação às principais moedas globais.
No Brasil, a moeda americana, que já vinha subindo devido a dúvidas quanto ao ajuste das contas do governo Dilma e da continuidade das intervenções no câmbio, encerrou esta sexta-feira (6) a R$ 3,05, com valorização de 6,87% na semana.
A alta ante o real foi a mais forte entre moedas emergentes, seguida pela lira turca.
A economia americana criou 295 mil postos de trabalho em fevereiro, levando a taxa de desemprego a recuar de 5,7% para 5,5% no mês passado. Foi o 12º mês seguido que a geração de vagas ficou acima de 200 mil. Os analistas esperavam uma criação de 240 mil vagas no mês.
Por outro lado, a renda dos trabalhadores não apresenta sinais de crescimento regular. Em 12 meses, a renda média avançou 2,0%.
JUROS E MOEDAS
Os dados de emprego e renda estão entre os principais monitorados de perto pelo Fed (Federal Reserve, o BC dos EUA) para decidir quando iniciar um novo ciclo de elevação dos juros básicos.
O mercado previa que a alta fosse anunciada em junho. Mas a divulgação de dados contrastantes e de uma desaceleração do ritmo de crescimento do PIB, para 2,2% no trimestre passado, levou parte dos economistas a adiar a previsão para setembro.
A presidente do Fed, Janet Yellen, já sinalizou que a autoridade monetária não tem pressa para elevar os juros.
A alta dos juros nos EUA deve repatriar ao país investimentos que estão hoje nos países emergentes e em aplicações de maior risco, como nas Bolsas e títulos de empresas estrangeiras.
Diante desse cenário o dólar subiu 1,49% em relação ao euro, encerrando a € 0,9212. Foi a maior cotação desde 3 de setembro de 2003. A moeda americana também subiu 0,66% em relação ao iene japonês. Entre as moedas emergentes, as maiores altas foram em relação ao peso mexicano (1,69%), rand sul-africano (1,62%) e peso colombiano (1,47%).