O dólar comercial caiu pelo sexto dia seguido e fechou a R$ 2,904 (baixa de 0,12%) na cotação à vista, referência no mercado financeiro, nesta terça-feira (28), a menor desde 3 de março.
De acordo com economistas consultados pela reportagem, o mercado está testando um novo patamar para a moeda americana, abaixo de R$ 3, o que favorece importadores.
"A tendência está positiva, a percepção de risco sobre o país está mudando, com investidores mais otimistas com o ajuste fiscal e com a atuação do [ministro da Fazenda Joaquim] Levy", afirma Lauro Vilares, analista da Guide Investimentos
Já o dólar comercial, usado em transações no comércio exterior, encerrou as negociações com valorização de 0,75%, para R$ 2,944.
"O dólar à comercial registrou alta com a formação, nesta terça, da taxa Ptax, média calculada pelo Banco Central e que serve como referência para a liquidação de contratos futuros de câmbio [que equivalem a uma compra ou venda futura de dólares]", afirma Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da TOV Corretora.
O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou com alta de 0,50%, para 55.812 pontos, puxado, principalmente, por bancos e Petrobras.
EUA
Os investidores também atuaram à espera da reunião do Federal Reserve (Fed, banco central americano), que começa nesta terça-feira e termina nesta quarta (29).
O encontro vai definir a política monetária do país, que vai depender da avaliação das autoridades do Fed sobre a recuperação da economia americana.
A reunião de política monetária do Fed deve indicar quando o banco central americano vai elevar a taxa de juros que serve como base para a remuneração dos títulos americanos.
Caso sinalize que vai deixar os juros em patamares baixos por mais tempo, os investidores optariam por manter seu dinheiro em países emergentes, como o Brasil, que remuneram mais.
Com a perspectiva de maior entrada de dólares na economia brasileira, a cotação da moeda cai.
"O mercado aposta que o Fed vai manter a rédea frouxa sobre os juros até setembro, outubro, quando pode fazer alguma modificação em sua política monetária ou pelo menos sinalizar que vai mudar", afirma Galhardo.
Do lado interno, o mercado aguarda a reunião de dois dias do Comitê de Política Monetária (Copom), que termina na quarta-feira (29) e trará a definição da taxa básica de juros.
A expectativa de economistas é que a Selic seja elevada em 0,50 ponto percentual, a 13,25 por cento ao ano.
As altas taxas de juros no Brasil, aliadas à expectativa de demora no início da elevação dos juros nos EUA, atraem a entrada de investimento estrangeiro, o que também ajuda na queda do dólar.
Em Nova York, a empresa de microblogs Twitter divulgou nesta terça receita trimestral abaixo da expectativa média de Wall Street, pressionada por um crescimento mais fraco nos usuários mensais, levando as ações a despencarem cerca de 18%.
A receita do Twitter subiu para US$ 436 milhões no primeiro trimestre, ante US$ 250,5 milhões no mesmo período do ano passado.
O prejuízo da companhia aumentou para US$ 162,4 milhões ou US$ 0,25 por ação, ante US$ 132,4 milhões negativos, ou US$ 0,23 por papel, no primeiro trimestre de 2014.
Excluindo eventos não recorrentes, o Twitter teve lucro equivalente a US$ 0,07 dólar por ação no período.
BOLSA
Para Pedro Paulo, da TOV Corretora, a Bolsa brasileira foi puxada pela valorização das ações de bancos e da Petrobras.
As ações do Santander Brasil fecharam em alta após o banco registrar lucro 32% maior no primeiro trimestre do ano em relação ao mesmo período de 2014.
As ações do banco registram valorização de 6,06%, para R$ 16,10.
Os papéis da Petrobras, que caíam no início das negociações desta terça, encerraram com alta após a agência de classificação de risco Moody's confirmar a nota de crédito da estatal e mudar a perspectiva para estável, ante "sob revisão", eliminando o risco de um novo rebaixamento no curto prazo.
As ações preferenciais -mais negociadas e sem direito a voto- da Petrobras subiram 1,51%, para R$ 12,77. Os papéis ordinários -com direito a voto- fecharam com alta de 0,14%, a R$ 13,65.
As ações da Vale fecharam em queda nesta sessão. Os papéis preferenciais da mineradora caíram 0,37%, para R$ 18,69. As ações ordinárias tinham desvalorização de 3,66%, para R$ 22,60.