Banco Central norte-americano prevê alta dos juros até o fim do ano

Desde 2008, o Fed mantém as taxas próximas de zero para apoiar a atividade econômica
Da ABr
Publicado em 15/07/2015 às 12:38
Desde 2008, o Fed mantém as taxas próximas de zero para apoiar a atividade econômica Foto: Foto: Marcos Santos/USP Imagens


A melhoria da situação econômica nos Estados Unidos deverá "justificar" uma alta das taxas de juros diretoras este ano, apesar das "incertezas" no cenário internacional, assegurou hoje (15) a presidenta do Federal Reserv (Fed), o Banco Central norte-americano, Janet Yellen.

"Se a economia evoluir como o previsto, a situação econômica deverá justificar, em algum momento deste ano, aumentar as taxas e começar assim a normalizar a política econômica", reafirmou a dirigente em discurso no Congresso.

Desde 2008, o Fed mantém as taxas próximas de zero para apoiar a atividade econômica, mas pretende aumentá-las, a partir de agora, na medida em que a atividade econômica norte-americana melhora e se aproxima dos seus dois objetivos que são pleno emprego e taxa de inflação próxima de 2%.

Ao evitar dar uma data precisa, Janet disse que espera que a alta ocorra até ao final de 2015, e apelou para que não se "subestime" a importância desta decisão, em uma intervenção na comissão da Câmara dos Representantes norte-americana.

Segundo a dirigente, os dados do mercado de trabalho vão bem, apesar de certas fraquezas e a inflação anual, atualmente muito baixa nos Estados Unidos (0,2% em abril), deverá subir "progressivamente".

"As perspetivas são de melhoria no mercado de trabalho norte-americano e da economia em geral", resumiu Janet, advertindo para certas "incertezas" nos cenários interno e, sobretudo, internacional. "A situação no exterior, em particular, coloca riscos sobre a economia norte-americana", disse a dirigente.

Sobre a Grécia, que chegou a um pré-acordo com seus credores na segunda-feira (13), para um novo plano de ajuda, a presidenta do Fed disse que a situação continua "difícil" apesar da recuperação "mais firme" do conjunto da zona euro.

Ela também advertiu para o caso da segunda maior economia do mundo, a China, que atravessa um período de fortes turbulências nas bolsas de valores. "A China continua a se debater com os desafios apresentados por uma dívida elevada, um mercado imobiliário fraco e condições financeiras voláteis", disse Janet.

A próxima reunião para analisar a política monetária do Fed está marcada para 28 e 29 de julho.

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