As famílias voltaram a recorrer ao uso do cheque especial em janeiro. O saldo dessa modalidade subiu 7,7% de dezembro para janeiro, ao ficar em R$ 21,766 bilhões, de acordo com dados do crédito do sistema financeiro divulgados nesta quinta-feira (27) pelo Banco Central (BC).
De acordo com o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, em dezembro, quando há pagamento de 13º salário, os clientes bancários costumam usar a renda extra para sair o cheque especial, mas em janeiro o saldo voltou a subir.
Em janeiro, a taxa de juros do cheque especial para as pessoas físicas foi a que mais subiu. A taxa chegou a 154% ao ano, com alta de 6,1 ponto percentual em relação a dezembro. Essa é a taxa mais elevada desde junho de 2012, quando ficou em 156,7% ao ano.
O cheque especial é a modalidade com juros mais altos. A taxa do crédito pessoal (incluído o crédito consignado), por exemplo, ficou em 43% ao ano, em janeiro, com alta de 1,7 ponto percentual em relação a dezembro.
Segundo Maciel, ao acompanhar a evolução da taxa básica de juros, a Selic, as modalidades de crédito com taxas mais altas, como o cheque especial, oscilam mais do que aquelas com juros mais baixos, como o crédito consignado. Ou seja, quando a Selic, que serve de referência para as demais taxas do mercado, é elevada, os juros das modalidades mais caras sobem mais do que aquelas com taxas mais baixas. E quando a Selic é reduzida, as modalidades mais caras também oscilam mais para baixo do que as outras.
A taxa básica, que serve de referência para as demais taxas do mercado, vem sendo ajustada pelo BC desde abril do ano passado. Na quarta-feira (26), o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC elevou a Selic em 0,25 ponto percentual para 10,75% ao ano.