O Relatório de Estabilidade Financeira (REF), divulgado nesta quinta-feira, 18, pelo Banco Central, traz a avaliação de que não há expectativa de retomada expressiva do crédito ou redução de provisões no próximo semestre. Além disso, "sem movimentos relevantes na Selic" e nas taxas de longo prazo, ganhos adicionais com tesouraria tendem a ser menores. Por isso, a percepção é de que os bancos, para obter ganhos de rentabilidade terão de ampliar eficiência e melhorar a capacidade de cortar despesas.
"Contudo, com a redução do avanço de fontes importantes, como tarifas bancárias, o ritmo de crescimento das receitas de serviços tem se reduzido gradativamente e está no menor nível desde meados de 2010", destacou o documento. "A taxa de crescimento das despesas administrativas, por sua vez, que apresentava declínio desde abril de 2012, estabilizou-se a partir do final de 2013", observou.
Ainda assim, o diretor de Fiscalização da instituição, Anthero Meirelles, previu um crescimento de 14% do crédito em 2014. Até agora, a previsão oficial do BC era de 12%, com a revisão prevista para ser anunciada ainda neste mês. Questionado sobre se esta já seria a nova estimativa da instituição, Anthero disse que se trata de uma avaliação pessoal, já que a perspectiva do diretor é de um aumento da oferta ao final deste ano. Meirelles afirmou que os bancos públicos ainda puxam o crédito mais do que os privados, mas disse acreditar numa convergência de oferta entre essas duas partes "de forma mais harmônica".