O diretor de estatísticas e apoio à exportação do Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), Herlon Brandão, afirmou que a queda nas exportações reflete, principalmente, a redução de preço de produtos básicos e o atraso na colheita de soja neste ano.
Houve redução de preços em quase todos os principais produtos da pauta, com exceção do café. Minério de ferro, petróleo e celulose, por exemplo, tiveram recorde de volume embarcado. Ainda assim, a quantidade de dólares recebida pelo exportador brasileiro foi menor, devido à queda nos preços desses itens. Em fevereiro, o deficit da balança comercial foi de quase US$ 3 bilhões.
O efeito preço continua sendo positivo em relação aos combustíveis, pois, nesse caso, as exportações recuaram 19% e as importações, 23%, reduzindo o deficit da balança nesses produtos.
Apesar de a balança estar com resultado praticamente igual neste início de ano ao de 2014, o governo continua a trabalhar com a perspectiva de um saldo positivo em 2015, revertendo o deficit do ano passado.
"A gente sabe que a soja vai ser exportada, tem safra recorde este ano. Em relação a preços, isso é determinante, mas ainda é cedo para rever as expectativas de termos superavit no ano", afirmou Brandão.
GREVE
Em relação à greve dos caminhoneiros, a média diária de exportações da última semana do mês de fevereiro foi inferior à média das duas primeiras semanas, mas praticamente igual à da terceira semana, o que mostra impacto reduzido da paralisação, segundo o governo.
"É um efeito ainda pequeno, mas a gente tem relatos de que o movimento está dificultando o fluxo de mercadorias. Temos de aguardar para ver. Tem muitas mercadorias com estoque nos portos ou que dependem menos do modal rodoviário", afirmou Brandão.