Reajuste da Caixa dobra o valor de entrada para mutuário

Maior financiador de imóveis do Brasil, instituição aumentou restrição ao crédito
Da editoria de economia
Publicado em 18/04/2015 às 8:04
Maior financiador de imóveis do Brasil, instituição aumentou restrição ao crédito Foto: Kelsen Fernandes/ Fotos Públicas


Apesar de a Caixa Econômica Federal ter aumentado os juros do financiamento da casa própria em 0,3 ponto percentual (quando são usados recursos da poupança), a maior dificuldade que ela trouxe para o cliente é mesmo aprovar o acesso ao crédito. Isso porque a instituição dobrou o percentual de entrada para o financiamento. Antes, o consumidor tinha de ter guardado 10% do valor do imóvel. Agora, essa mesma pessoa terá de ter 20% para requerer o crédito, no caso de o financiamento ser feito pela tabela de amortização constante (SAC). 

Para um apartamento de R$ 400 mil, isso quer dizer que em vez de ter R$ 40 mil guardados, esse consumidor terá de entrar com R$ 80 mil. No caso da tabela de correção Price, essa exigência aumentou de 30% para 50%. Ou seja, se antes o consumidor tinha que dar de entrada R$ 120 mil, agora ele tem que possuir R$ 200 mil para ter direito a financiar o restante.

“Esse se tornou o maior obstáculo para se conseguir um crédito da Caixa. Isso porque o brasileiro não tem o hábito de fazer poupança e conseguir levantar um valor desse é difícil. Se as construtoras quiserem vender imóveis, terão de financiar ainda mais essa entrada”, opina a professora de matemática financeira da Faculdade Guararapes, Valéria Saturnino. A pedido do JC, ela montou uma tabela que mostra a evolução das exigências da Caixa, reproduzida ao lado. 

Como o valor da entrada aumentou muito, reduzindo o montante a ser financiado, o valor das prestações mensais também terminou ficando menores, assim como o custo total da operação ao final de 25 anos, prazo utilizado para o calcular o exemplo citado, mesmo com a taxa de juros um pouco maiores.

A Caixa Econômica Federal esclarece que as taxas de juros dos financiamentos habitacionais contratados com recursos do Programa Minha Casa Minha Vida e do FGTS não sofreram correção. Os reajustes só valem para financiamento de imóveis residenciais contratados com recursos da poupança (SBPE) no âmbito do Sistema Financeiro de Habitação (SFH). As novas condições passaram a valer para financiamentos concedidos a partir de 13 de abril. O ajuste foi realizado por motivo do aumento das taxas básicas de juros, segundo o banco. 

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