Gasto de brasileiro no exterior em 2015 é o menor desde de 2010, diz BC

A conta de viagens ficou negativa em US$ 653 milhões em dezembro do ano passado
Do Estadão Conteúdo
Publicado em 26/01/2016 às 11:32
A conta de viagens ficou negativa em US$ 653 milhões em dezembro do ano passado Foto: Foto: Antonio Cruz / Agência Brasil


Os brasileiros diminuíram suas despesas com turismo no exterior em 2015, depois do recorde de gastos líquidos com viagens internacionais em 2014 (US$ 18,724 bilhões). Conforme dados divulgados nesta terça-feira (26) pelo Banco Central, a conta de viagens ficou negativa em US$ 653 milhões em dezembro do ano passado, levando o resultado de 2015 a também ficar negativo em US$ 11,513 bilhões - o menor desde 2010. 

O BC projetava um déficit de US$ 11,7 bilhões para essa conta. Essa diminuição das despesas foi impactada pela alta do dólar no ano passado, de 48,5%.

O início da atual série histórica do BC é em 2010, quando os gastos líquidos com viagens somaram US$ 10,704 bilhões - o menor até agora. Nos anos seguintes, o que se viu foi aumento: US$ 14,707 bilhões em 2011; US$ 15,661 bilhões em 2012; US$ 18,554 bilhões em 2013. 

O desempenho da conta de viagens internacionais foi determinado por despesas de brasileiros no exterior, que somaram US$ 1,245 bilhão em dezembro. Já o gasto dos estrangeiros em passeio pelo Brasil ficou em US$ 592 milhões no mês passado. 

Fundos de investimentos

Em dezembro, os fundos de investimento apresentaram aplicações US$ 317 milhões maiores do que saques. Em setembro, mês em que a agência de classificação de riscos Standard & Poor's (S&P) rebaixou a nota soberana do Brasil, o resultado havia ficado deficitário em US$ 335 milhões. O mês com a maior retirada da nova série histórica do BC foi em abril de 2014, no valor total de US$ 881,5 milhões.

O resultado de dezembro é fruto de ingressos de US$ 572 milhões e saídas de US$ 255 milhões. 

Em 2015, os fundos investiram US$ 3,502 bilhões no Brasil, resultado bem superior aos US$ 900 milhões verificados em 2014.

Além da S&P, a Fitch também tirou o selo de bom pagador do Brasil, no dia 16 de dezembro. Dois meses antes, a agência já havia rebaixado o Brasil em um degrau, mas manteve o grau de investimento, apesar de ter deixado o País em perspectiva negativa.

Quando um país perde esse título por uma agência, os fundos ficam mais reticentes em enviar recursos para o país porque há regras específicas que impedem aplicações em locais que não têm o título de bom pagador por pelo menos duas agências. Depois da decisão da Fitch, no entanto, essa norma já foi quebrada.

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