Juros de curto prazo recuam à espera da ata do Copom, mas longos sobem

O DI janeiro de 2017, cujo ajuste ontem foi de 14,730%, terminou em 14,700%
Do Estadão Conteúdo
Publicado em 27/01/2016 às 17:55
O DI janeiro de 2017, cujo ajuste ontem foi de 14,730%, terminou em 14,700% Foto: Foto: Marcos Santos/USP Imagens


Os juros futuros de curto prazo completaram uma semana de quedas consecutivas nesta quarta-feira (27) desde que o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a Selic em 14,25%, contrariando o consenso de apostas em torno de uma elevação da taxa. E, antecipando-se ao tom possivelmente "dovish" (suave) a ser trazido pela ata da reunião amanhã, o mercado seguiu retirando prêmios da curva. Os mais longos, em contrapartida, subiram, em reação à medida destinada ao crédito que o governo deve anunciar amanhã, vista como heterodoxa. Vale lembrar que a sessão regular da BM&FBovespa terminou antes do anúncio da decisão de política monetária nos EUA, o que pode mudar o rumo dos negócios no período estendido.

Ao término da sessão regular da BM&FBovespa, o DI abril de 2017 fechou em 14,240%, de 14,255% no ajuste de ontem. O DI janeiro de 2017, cujo ajuste ontem foi de 14,730%, terminou em 14,700%. O DI janeiro de 2021 subiu de 16,37% para 16,44%.

A expectativa do mercado é de que o Copom detalhe na ata as incertezas do quadro externo já destacadas no comunicado como argumento principal para justificar a manutenção da Selic em 14,25%. Dessa forma, o documento deve consolidar a ideia de que a taxa ficará no atual patamar por muitos meses e, se houver algum movimento, o risco de ser para baixo, no momento, é maior do que para cima, ainda que as expectativas de inflação futura estejam bastante pressionadas e muito longe das metas de inflação.

Em boa medida, essa percepção sobre os próximos passos do Banco Central será testada pelo comunicado do Fed, logo mais, às 17h (de Brasília). A expectativa é de manutenção da taxa dos Fed Funds na faixa entre 0,25% e 0,50% e por sinais do plano de voo do Fed em meio às incertezas da economia global. Para os profissionais, caso o texto endosse a aposta de manutenção e indique ainda que a taxa dos Fed Funds não será alterada também na reunião de março, a desova de prêmios na curva de juros brasileira pode ganhar fôlego.

Além da ata, o mercado amanhã estará de olho na reunião de reabertura do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o Conselhão. No encontro, há expectativa pelo anúncio da liberação de cerca de R$ 50 bilhões em linhas de crédito do Banco do Brasil, BNDES e Caixa (incluindo recursos do FGTS) no esforço para a retomada dos investimentos e do crescimento da economia, segundo apurou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. O anúncio será feito pelo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa. A medida, a princípio, não agrada ao mercado, que vê similaridades com o que já foi feito no passado e levou o País ao desajuste fiscal.

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