Previsão para IPCA de 2016 sobe de 7,61% para 7,62%, revela Relatório Focus do BC

No caso de 2017, a mediana da pesquisa geral voltou a ficar congelada em 6,00% de um levantamento para o outro
Do Estadão Conteúdo
Publicado em 22/02/2016 às 10:15
No caso de 2017, a mediana da pesquisa geral voltou a ficar congelada em 6,00% de um levantamento para o outro Foto: Ilustração: NE10


O Relatório de Mercado Focus trouxe nesta segunda-feira, 22, a oitava rodada seguida de alta das expectativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano. No documento divulgado pelo Banco Central, a mediana das previsões para a inflação de 2016 apresentou apenas leve correção ao subir de 7,61% para 7,62%. Com isso, distancia-se ainda mais do teto da meta deste ano de 6,50%. 

O presidente do BC, Alexandre Tombini, reforçou na semana passada que continua trabalhando para evitar que o índice extrapole esse patamar. Quatro semanas atrás, a mediana na Focus estava em 7,23%. Entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do índice no médio prazo, denominadas Top 5, a mediana das expectativas manteve-se em 8,13% de uma semana para outra - um mês antes, estava em 7,92%. 

No caso de 2017, a mediana da pesquisa geral voltou a ficar congelada em 6,00% de um levantamento para o outro - quatro edições atrás estava em 5,65%. A previsão do mercado, portanto, segue exatamente no teto de 6,00% da meta do ano que vem. Essa barreira, no entanto, já havia sido ultrapassada em muito pelo grupo Top 5 de médio prazo. Entre esses analistas, a perspectiva para a taxa passou de 6,40% para 6,50%. Um mês antes, essas instituições apontavam para um IPCA de 7,19%. 

Para a inflação suavizada 12 meses à frente, a mediana também subiu, saindo de 6,81% para 6,83% de uma semana para outra - há um mês, estava em 6,91%. Para o curto prazo, houve correção das expectativas para cima para a taxa para fevereiro de 2016 (de 0,91% para 0,95%). Um mês antes, estava em 0,85%. Já para março, a direção da mediana das previsões foi de baixa, passando de 0,58% para 0,57% de uma semana para a outra. Há quatro edições Focus, estava em 0,60%. 

De acordo com o último Relatório Trimestral de Inflação, divulgado em dezembro, o BC projeta que a inflação encerre este ano em 6,2% no cenário de referência e em 6,3% pelo de mercado. Para 2017, a estimativa da autoridade monetária está em 4,8% pelo cenário de referência e de 4,9% pelo de mercado. Na ata mais recente do Comitê de Política Monetária (Copom), a instituição informou que houve aumento desses porcentuais nos dois casos em ambos cenários. 

Preços administrados

As projeções do mercado financeiro para os preços administrados finalmente deram um pequeno alívio no Relatório de Mercado Focus Vilões da inflação de 2015, ao subirem 18,07%, a expectativa agora é de que terão alta de 7,50% este ano e não mais de 7,70%, como constava do boletim anterior. Quatro semanas atrás, a mediana estava em 7,62%.

No caso de 2017, a mediana das expectativas permaneceu em 5,50% pela 11a semana consecutiva. O BC conta com forte desinflação desse segmento este ano para levar o IPCA para o intervalo de 4,5% a 6,5%. Conforme informaram Tombini e o diretor de Política Econômica, Altamir Lopes, a expectativa é a de que, apenas no primeiro semestre deste ano haja uma desinflação de 2 pontos porcentuais. Entre outros pontos, eles contam com a ajuda dos preços monitorados ou administrados pelo governo. 

No último Relatório Trimestral de Inflação de dezembro, o BC escreveu que, em 2016, a dinâmica dos preços administrados, aliados a outros componentes, são "fatores importantes do contexto em que decisões futuras de política monetária serão tomadas, com vistas a assegurar a convergência da inflação para a meta de 4,5% estabelecida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), em 2017". 

Na mais recente ata do Copom, a previsão do BC para os administrados saiu de 5,9% para 6,3% e a de 2017 ficou em 5%. No documento, o BC enfatizou a alta dos preços das tarifas de transporte público ocorrida em várias capitais do País. Há a expectativa de que o segmento de energia ainda possa dar um alívio à inflação.

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