A mediana da inflação esperada pelos consumidores nos próximos 12 meses ficou em 11,4% em fevereiro, informou na manhã desta quarta-feira, 24, a Fundação Getulio Vargas (FGV), que divulgou o Indicador de Expectativas Inflacionárias dos Consumidores. É o quarto mês de alta do índice, e o patamar representa um novo recorde histórico na série, iniciada em setembro de 2005. Em janeiro, o indicador estava em 11,3%.
"O resultado de fevereiro indica que a expectativa de inflação dos consumidores estabilizou no patamar de 11%", disse o economista Pedro Costa Ferreira, pesquisador da FGV, em nota. "Tal resultado pode ser explicado pelo IPCA nos últimos 12 meses (10,71%) e pelo aumento dos preços de transportes e alimentação e gastos com educação", completa Ferreira.
Segundo a instituição, 60,2% dos consumidores preveem inflação acima de dois dígitos nos 12 meses a partir de fevereiro, menos do que em janeiro (61,2%). Porém, quase metade deste contingente aposta em taxas acima de 12%, fatia que avançou no período. Apenas 3,4% acreditam em uma inflação que se restrinja à meta perseguida pelo governo, cujo teto é 6,5% ao ano.
Por faixas de renda, as famílias com ganhos mensais de até R$ 2,1 mil são as mais pessimistas em relação à inflação e determinaram a piora neste mês. A expectativa para os preços saltou de 11,6% em janeiro para 12,0% em fevereiro.
Outro aumento foi observado entre consumidores com ganhos de R$ 4,8 mil a R$ 9,6 mil mensais. Para eles, a expectativa saiu de 11,1% em janeiro para 11,2% neste mês. Entre quem ganha mais que esse valor, a expectativa ficou estável em 11,0%. Na faixa 2 (R$ 2,1 mil até R$ 4,8 mil mensais), a projeção recuou de 11,8% para 11,4%.
O Indicador de Expectativas Inflacionárias dos Consumidores é obtido com base em informações coletadas no âmbito da Sondagem do Consumidor da FGV, que coleta mensalmente informações de mais de 2,1 mil brasileiros em sete das principais capitais do País. Cerca de 75% destes entrevistados respondem aos quesitos relacionados às expectativas de inflação.