Juros futuros fecham em alta com ajustes sobre início de corte da Selic

O mercado reduziu suas apostas de que o ciclo de cortes da Selic começará em julho, dando agora maior probabilidade de início nos encontros do Comitê de Política Monetária
Estadão Conteúdo
Publicado em 09/06/2016 às 17:36
O mercado reduziu suas apostas de que o ciclo de cortes da Selic começará em julho, dando agora maior probabilidade de início nos encontros do Comitê de Política Monetária Foto: Foto: USP Imagens


Os juros futuros de curto prazo fecharam em alta bem mais firme do que os longos, que encerraram nesta quinta-feira (9) pouco acima dos ajustes anteriores. O mercado reduziu suas apostas de que o ciclo de cortes da Selic começará em julho, dando agora maior probabilidade de início nos encontros do Comitê de Política Monetária (Copom) de agosto ou mesmo de outubro. Além disso, a previsão do total acumulado de cortes para o ano, que até ontem era de 1,5 ponto, também ficou um pouco menor, entre 1,25 e 1,5 ponto, segundo operadores da área de renda fixa.

Ao término da sessão regular, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em julho de 2016, o primeiro a vencer após a reunião de ontem, fechou em 14,129%, de 14,095% no ajuste de ontem, com 150.385 contratos. O DI para outubro de 2016 (126.630 contratos) subiu de 13,940% para 14,000%. O DI janeiro de 2017 (170.975 contratos) avançou de 13,585% para 13,680%. O DI janeiro de 2018, que movimentou 225.330 contratos, terminou em 12,55%, ante ajuste anterior de 12,48%. Nos longos, o DI janeiro de 2021 (80.925 contratos) fechou em 12,35%, de 12,31%.

A percepção de que o processo de corte da Selic pode demorar um pouco mais para começar do que o mercado esperava foi consolidada a partir de um conjunto de fatores: o comunicado da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) ontem - idêntico ao anterior - e preocupações com a inflação corrente reforçadas pelo salto da primeira prévia do IGP-M de junho. Tudo isso foi lido à luz da afirmação do novo presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, de que o BC vai mirar o centro da meta de inflação de 4,5%. "Alguns investidores acreditavam que o comunicado do Copom ontem poderia já sinalizar sobre o início dos cortes, o que não aconteceu", disse um gestor da área de renda fixa.

Na agenda, a Fundação Getulio Vargas (FGV) informou hoje que o IGP-M apontou inflação de 1,12% na primeira prévia do mês, ante 0,59% na primeira prévia de maio e 0,82% no fechamento do mês passado. Chamou a atenção o salto de 3,23% na inflação do atacado agrícola, ante 1,70% na primeira prévia do mês passado.

 

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