Mesmo após a confirmação da prática de pirâmide financeira pela perícia judicial, a BBom continua a mobilizar investidores através das redes sociais. O alerta foi dado pela Ministério Público Federal de Goiás (MPF-GO). O órgão identificou que a empresa voltou a entrar em contato com seus antigos investidores afirmando que se seus cadastros fossem atualizados eles receberiam informações sobre o andamento do processo na Justiça. Apesar de o processo correr em Goiânia, a empresa tem associados em todo o País.
A procuradora do MPF-GO Mariane Mello de Oliveira, alerta que as pessoas que decidiram investir na BBom depois de agosto de 2013 – quando a Justiça determinou o bloqueio dos bens da empresa – estão ainda mais vulneráveis a perder dinheiro. “O juiz irá determinar primeiro o pagamento das dívidas tributárias e depois as trabalhistas. O valor restante, se houver, será dividido entre os investidores até o período do bloqueio. Ou seja, nem quem investiu até essa data tem garantia de receber seu investimento de volta”, alerta a procuradora.
Segundo Mariane Guimarães, a BBom deve, somente à Receita Federal, cerca de R$ 400 milhões, enquanto a dívida trabalhista é em torno de R$ 170 mil.
A perícia que concluiu a prática de pirâmide financeira foi divulgada em junho deste ano. O laudo indica que a prática era cometida desde o início das atividades da BBom, que os planos oferecidos eram economicamente inviáveis e que seu faturamento de 2013 não era suficiente para cobrir seus custos.
Diante dessas conclusões, o MPF-GO solicitou o julgamento definitivo do processo e acolhimento dos pedidos feitos na Ação Civil Pública de pagamento de dívidas, devolução do dinheiro e dissolução da empresa. “Depois da decisão do juiz, a empresa poderá recorrer da sentença, mas poderá se isentar de pagar sua dívida junto à Receita, por exemplo”, explica Mariane Mello de Oliveira.
A reportagem entrou em contato com a Embrasystem, responsável pela BBom, mas não recebeu retorno até o fechamento desta edição.
Diante da falta de garantias, a procuradora orienta que a população busque se informar melhor sobre investimentos que parecem atraentes antes de aplicar seu dinheiro. “Qualquer proposta que se apresenta muito mais vantajosa que o que se encontra no mercado deve ser olhada com mais cuidado”, recomenda.
Caso o investidor desconfie da atividade da empresa, ele deve pesquisar sobre seu histórico em associações e plataformas online de reclamação de consumidores, Receita Federal e associações de vendas diretas. Essas últimas costumam ser usadas como camuflagem para entidades que praticam a pirâmide financeira (entenda a diferença na arte acima). A própria Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas (ABEVD) possui um cadastro em seu site com os nomes das empresas que atuam de fato nesse formato de negócio e esclarece dúvidas sobre o assunto em seu site: www.abevd.org.br.
» CONFIRA A CARTILHA DA ABEVD SOBRE O ASSUNTO: