O consumo das famílias caiu 0,1% nos três primeiros meses de 2017 contra o último trimestre do ano passado. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que anunciou nesta quinta-feira, 1º de junho, os resultados das Contas Nacionais Trimestrais. Na comparação com o primeiro trimestre de 2016, o consumo das famílias mostrou queda de 1,9%.
Segundo o instituto, essa é a foi a nona baixa seguida no índice. Ainda assim, foi o melhor desempenho nessa base de comparação desde o quarto trimestre de 2014. Naquela ocasião, o consumo das famílias cresceu 1,3% em relação ao terceiro trimestre de 2014, embora a economia já estivesse em recessão, conforme o Comitê de Datação de Ciclos Econômicos (Codace) da Fundação Getulio Vargas (FGV).
A deterioração dos indicadores de emprego contribuiu para que o consumo das famílias caísse. Ao apresentar as Contas Nacionais do período, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) destacou o crescimento nominal de 0,7% do saldo de operações de crédito do sistema financeiro nacional, o que representou uma queda em termos reais.
No período, a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 4,9%, enquanto a taxa básica de juros, a Selic, caiu para 12,3% ao ano.
O consumo do governo, por sua vez, caiu 0,6% no primeiro trimestre de 2017 contra o quarto trimestre de 2016. Na comparação com o primeiro trimestre do ano passado, o consumo do governo mostrou queda de 1,3%.
A taxa de poupança ficou em 15,7% no primeiro trimestre de 2017, segundo o IBGE.
A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que capta o cenário de investimentos do País, caiu 1,6% no primeiro trimestre de 2017 ante o quarto trimestre do ano passado.
Na comparação com o primeiro trimestre de 2016, a FBCF mostrou queda de 3,7%. Segundo o instituto, a taxa de investimento (FBCF/PIB) ficou em 15,6% no primeiro trimestre.
As exportações cresceram 4,8% no primeiro trimestre de 2017 na comparação com os três últimos meses do ano passado, conforme o IBGE. Na comparação com o primeiro trimestre de 2016, as exportações mostraram alta de 1,9%.
As importações contabilizadas no PIB, por sua vez, subiram 1,8% nos três primeiros meses do ano ante o quarto trimestre de 2016. Na comparação com o primeiro trimestre de 2016, as importações mostraram alta de 9,8%.
A contabilidade das exportações e importações no PIB é diferente da realizada para a elaboração da balança comercial. No PIB, entram bens e serviços, e as variações porcentuais divulgadas dizem respeito ao volume. Já na balança comercial, entram somente bens, e o registro é feito em valores, com grande influência dos preços.