O que faz o maior banco da América Latina, com ativos de R$ 1,42 trilhão, investir num empreendimento sem fins lucrativos e, pior, que não se sustenta financeiramente? Futuro. O Itaú Unibanco mira o futuro ao criar, investir e ampliar um dos centros mais marcantes do País na área de empreendedorismo tecnológico, o Cubo.
Trata-se de um prédio com cinco andares e 52 empresas embrionárias, que podem ou não fazer sucesso – é bom lembrar que o fracasso não algo malvisto nesta área. O espaço, hoje, tem 5.324 metros quadrados (m²) e foi aberto em setembro de 2015, na Vila Olímpia, zona sul de São Paulo. Ainda no primeiro semestre do ano que vem, no entanto, o Cubo vai ganhar casa nova. Funcionará no mesmo bairro, porém num edifício novo, de 12 andares e 20.573 m². O novo Cubo vai abrigar 210 startups e será o maior centro de empreendedorismo América Latina.
O Itaú e seu sócio no projeto, a Redpoint, cobram R$ 1 mil por cadeira por mês. Já os contratos com grandes empresas – que também estão no hub – são negociados individualmente. Apesar do potencial de negócios do Cubo, Flavio Pripas, diretor do centro, diz que o empreendimento ainda não se sustenta. Precisa de aportes mensais dos parceiros. “Não há fins lucrativos no Cubo. Nosso objetivo é desenvolver um ecossistema de ideias e ensinar grandes empresas a fazerem negócios com startups”, diz Flavio.
Mas, considerando o apetite do setor financeiro no Brasil, qual é, realmente, o interesse do Itaú? “O banco investe no Cubo para se conectar a este ecossistema de empreendedorismo. É através dele que a gente atrai pessoas que pensam de forma empreendedora para que possamos evoluir constantemente no mundo digital”, diz o diretor-executivo do Itaú, Ricardo Guerra.
O Cubo mantém no mesmo lugar agentes de mercado, investidores, grandes empresas, universidades e, claro, os jovens que, associados ou não, sentam à mesa diariamente para pensar soluções. Sejam soluções para o Itaú, para outro banco ou para qualquer outra empresa. A lógica do Cubo é mesma das plataformas abertas. Não há limitações nem restrições aos negócios.
Para uma startup se instalar no local, segundo Flavio, é preciso unicamente que ela apresente uma solução com escala para um problema real. A demanda foi tanta que o Cubo está ampliando sua estrutura. Não custa lembrar, porém, que neste turbilhão de ideias, o Itaú, sabe de tudo antes.