Economistas projetam um final de ano bom para o comércio

Saques do FGTS e Pis/Pasep devem estimular o consumo e elevar as vendas
JC Online
Publicado em 03/10/2019 às 8:06
Saques do FGTS e Pis/Pasep devem estimular o consumo e elevar as vendas Foto: Foto: Carolina Braga / cortesia CNC


O setor varejista está otimista. A liberação de recursos das contas do FGTS e Pis/Pasep deve estimular o consumo e elevar o nível de atividade da economia nos últimos meses do ano. Segundo projeções do Ministério da Economia, cerca de R$ 30 bilhões deverão ser sacados entre agosto e dezembro deste ano, sendo R$ 28 bilhões do FGTS e R$ 2 bilhões do Pis/Pasep.


A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) realizou um estudo onde estima que 32% deste montante deverão ser gastos no varejo (R$ 9,6 bilhões), outros 12% irão para o setor de serviços (R$ 3,5 bi) e 16% (R$ 4,7 bi) deverão ir para consumo futuro. Cerca 40% dos recursos serão destinados ao pagamento de dívidas. Os segmentos do varejo mais beneficiados pelos programas de saques tendem a ser o de vestuário e calçados (R$ 3,3 bilhões), os hiper e supermercados (R$ 2,5 bi), móveis e eletrodomésticos (R$ 1,7 bi) e o comércio de utilidades domésticas e eletroeletrônicos (R$ 0,9 bi).

Fabio Bentes, economista da Confederação Nacional do Comércio e responsável pela análise do impacto do FGTS no comércio, disse que a tendência é que os primeiro saques sejam para pagamento de dívidas, em seguida vem o consumo. “Embora esses primeiros recursos extras não sejam voltados diretamente para o varejo, um consumidor menos endividado é bom para o comércio mais adiante”, afirma Bentes. O economista diz ainda que, apesar do aperto financeiro do trabalhador permanecer, com desemprego elevado e crediário ainda caro, o cenário para o comércio é o melhor dos últimos anos.

COMÉRCIO

“Este final de ano será bem diferente dos três anteriores. Isso será melhor visto nas datas comemorativas. Por exemplo, projetamos uma alta de 4,4% no faturamento do varejo já para o Dia das Crianças. Parece pouco mas, se confirmado, será o melhor resultado para o varejo nesta data nos últimos seis anos”, espera Bentes. Outra razão para um segundo semestre promissor, segundo o economista, é a inflação controlada que faz com que sobre algum dinheiro no orçamento das famílias.
Um reflexo direto da expectativa positiva de faturamento é o aumento no número de vagas de emprego no comércio. “Calculamos que na ocupação temporária de final de ano os comerciantes contratem cerca de 5% a mais de mão-de-obra”, disse Bentes.


Rafael Ramos, economista da Fecomércio - PE, diz que o impacto positivo da liberação do FGTS no varejo já era algo esperado pelos próprios comerciantes. O índice de confiança dos empresários de Pernambuco saiu de 105 pontos para 112. É o maior desde março deste ano”, influenciado, segundo Ramos, pela perspectiva dos saques do FGTS.“Tivemos meses de inverno rigoroso no meio do ano, o que prejudicou muito comércio no Grande Recife. Acredito que os empresários já estão sentido o desdobramento positivo de quem pretendia consumir e agora pode contar com um dinheiro extra, por isso o aumento dessa confiança”, afirmou Ramos.

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