No Recife, o comércio já começa a contabilizar os números do Natal em relação ao ano passado. No RioMar, o dia de maior movimentação foi o 23 de dezembro, a antevéspera do feriado, quando perto de 100 mil pessoas passaram pelo centro de compras. Um crescimento de fluxo de 6,2%, se comparado com o mesmo dia do ano passado. Já o crescimento de vendas no período natalino foi de 10%, também comparado ao Natal de 2018, segundo dados da superintendência do RioMar.
Outros shoppings e o comércio de rua do Recife só terão o número oficial do balanço das vendas quando fecharem o mês. Mas, de acordo com a Câmara de Dirigentes Lojistas do Recife, as vendas foram muito boas, e a expectativa é que o aumento nas vendas tenha atingido os 5% na média geral, segundo o CDL.
“Esperamos ter de 26 de dezembro a 31 de dezembro um movimento bom também, é histórico. As pessoas que receberam presentes farão troca. Na parte de vestuário, muita roupa branca sai devido ao réveillon”, disse Nabil Sahyoun, presidente da Associação Brasileira de Lojistas de Shoppings (Alshop).
Para ele, o pagamento do 13º salário, a liberação do PIS-Pasep e do FGTS e a queda na taxa de juros e do desemprego contribuíram para a alta do setor. O pagamento do 13º deu uma injeção de R$ 214,6 bilhões na economia. Segundo o Dieese, a taxa de juros é a menor desde 1999 e a inflação está controlada. “São fatores essenciais”, disse.
O comércio também se beneficiou da ampliação do saque de FGTS. Em Pernambuco, cerca de 316 mil trabalhadores estavam aptos a sacar R$ 83 milhões referentes ao saque complementar de até R$ 498 por conta do FGTS, segundo a Caixa Econômica Federal.
De forma pioneira na região, o RioMar Recife lançou sua plataforma digital de vendas. O novo canal de compras está em fase de testes e por isso atua apenas com itens selecionados para essa etapa do projeto.
Os clientes já podem fazer o pré-cadastro. Em seguida, com o envio de convites personalizados, o empreendimento vai liberando o acesso – que ainda será exclusivo para um número limitado de pessoas.
As vendas dos shopping centers do País somaram R$ 168,2 bilhões em 2019, com crescimento nominal de 7,5%, de acordo com pesquisa divulgada nesta quinta-feira (26) pela Alshop. O resultado ficou acima do esperado pela entidade, que havia previsto inicialmente alta em torno de 5% para o acumulado do ano. O resultado de 2019 também foi o maior desde 2014, de acordo com a associação.
As vendas nos shoppings durante o Natal também foram consideradas positivas pela Alshop. O faturamento do setor durante as festas natalina aumentou 9,5% em relação à mesma data comemorativa do ano anterior. "Temos de festejar o Natal de 2019 O resultado foi muito positivo", disse o presidente da Alshop, Nabil Sahyoun, durante entrevista coletiva à imprensa.
A pesquisa da Alshop é feita em parceria com o Ibope e apura os resultados de vendas de 762 shopping em operação no País.
São ouvidos 400 empresários, presentes em 30 mil pontos de vendas. O levantamento apontou ainda que ocorreram 12 inaugurações de centros de compras em 2019, com abertura de 1,1 mil lojas e geração de 9 mil empregos.
Sahyoun afirmou ainda que o avanço das vendas dos lojistas de shoppings foi sustentado por um conjunto de fatores, entre eles a redução das taxas de juros, a manutenção da inflação em níveis baixos, a redução ainda que lenta do desemprego e a liberação de saques do FGTS. Porém, a base de comparação é fraca, dada a demanda reprimida entre os consumidores nos anos anteriores.
Segundo ele, há uma tendência de crescimento das vendas em 2020, caso sejam mantidas as reformas na economia brasileira. "Os números com certeza serão melhores em 2020", disse.
Outro dado comemorado pela entidade diz respeito ao crescimento esperada no número de novos shoppings. Segundo sondagem realizada pela Alshop, o Brasil deve ganhar 31 novos centros de compras ao longo dos próximos três anos.
"Se as reformas econômicas avançarem, em especial a tributária e a administrativa e o ano de 2020 for bom, as construções tendem a acelerar e podemos ter de 15 a 20 inaugurações já no próximo ano", disse Nabil Sahyoun.
O resultado indica uma possível melhora do setor, mas o número ainda é um tanto tímido em comparação com o começo da década, quando mais de 30 shoppings eram abertos a cada ano no Brasil.
Hoje, o País conta com 762 shopping ativos, incluindo 12 que foram inaugurados neste ano.
O presidente da associação de lojistas em shoppings centers afirmou que a grande maioria dos empresários está investindo na expansão das lojas, movimento que inclui desde grandes redes até franquias. Segundo ele, há uma tendência de interiorização dos shoppings, devido à saturação dos empreendimentos nas capitais.
Na opinião do diretor institucional da Alshop, Luís Augusto Ildefonso, a ocupação dos shoppings está crescendo, embora ele não tenha citado números atualizados que apontem o movimento. "Chegamos a ter vacância de 45% nos shoppings novos há quatro anos, durante a crise. Mas o porcentual caiu bastante", disse.
Ildefonso afirma que a relação entre o lojista e os proprietários de shoppings está mais "afável", com contratos mais flexíveis. "A tendência é que a vacância diminua. As lojas fechadas na crise precisam ser reabertas. E há novas marcas a caminho, inclusive estrangeiras", afirmou.
Questionados sobre o avanço do comércio eletrônico, Sahyoun disse entender que o varejo físico "está um passo adiante" do online. "Mesmo que o consumidor compre no modelo online, jamais vai deixar de visitar os shoppings, onde há experiência de compra, emoção do convívio e entretenimento", comentou.