Evite erros na hora de investir na Bolsa de Valores

Especialistas analisam os principais equívocos dos iniciantes no mercado de ações
Rosália Vasconcelos
Publicado em 02/06/2013 às 6:33


Investir na Bolsa de Valores ainda não é uma alternativa que “caiu nas graças” dos brasileiros. As razões abrangem desde a histórica situação macroeconômica do País, caracterizada por altas taxas de juros básicos, como também aspectos culturais, como a ansiedade de querer ganhar dinheiro de modo rápido. Há uma lista de erros comuns, no entanto, que afastam – muitas vezes definitivamente – o reduzido percentual dos que resolvem se aventurar no mundo das ações. Segundo especialistas, a falta de educação financeira é o principal deles e é o que pode determinar a sequência de atitudes equivocadas. 


“É preciso entender a dinâmica da Bolsa de Valores e do negócio. Muitas pessoas têm algum dinheiro, vão a uma corretora e dizem que querem investir em ações sem saber do que se trata. Elas só pensam em ganhar. Não pode. Antes de investir em ações, é preciso apostar em conhecimento, estudar, ler muito e fazer cursos”, indica o sócio-diretor da BGA Invest, Luiz Gustavo Duarte. Segundo ele, apenas 0,5% da população brasileira investe no mercado de capital, enquanto nos Estados Unidos, esse percentual é de 50%. 

Quando se começa a operar por instinto, é comum não desenvolver estratégias bem definidas, como a criação de uma carteira de ações diversificadas, por empresas e por setores, para minimizar os riscos. “Investir em ações é trabalhar com décadas. O foco tem que ser a longo prazo, para que seja desenvolvida uma expectativa realista. Se o dinheiro é reduzido e a estratégia de aplicação é a médio prazo (como para a compra de um carro), o melhor é apostar nos fundos de investimento, mesmo com uma rentabilidade mais baixa. Com o tempo e a experiência adquiridos, pode-se expandir para as ações diretas”, indica. 

 

A falta de paciência é outro erro grave. Às vezes, a meta é bem estabelecida, mas após alguns anos, a ansiedade e o medo provocados pelas oscilações da Bolsa fazem com que os novos investidores se precipitem e percam dinheiro. “Quando a ação não está num período de alta, muitos querem vender, querem um resultado imediato, e ficam no prejuízo. Se a ação está em baixa, é preciso uma análise mais fundamentada para saber se o ativo continuará em queda ou se há perspectiva de valorização das ações”, aconselha o assessor de investimento da Athena, Diego Mendonça. A indisciplina é outro fator que afasta os novos investidores. “O mercado de capital é especulativo, é um dinheiro com o qual não se pode contar. Não se pode transformar uma meta de longo prazo, em uma de médio ou curto prazo. É preciso respeitar as estratégias”, ensina. 

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