O ano está apertado para todos. Quem vende reclama da queda no volume dos negócios, e quem compra tem mais cautela para evitar dívidas. Reunindo cinco mil artesãos e com expectativa de atrair 320 mil consumidores ao Centro de Convenções de Pernambuco durante seus onze dias, a 21ª Fenearte começou com um clima de mais entusiasmo e menos desconfiança. Promoções já no primeiro dia e foco em produtos mais baratos têm sido a melhor estratégia para satisfazer a todos. Muitos expositores estão otimistas e apostam na venda de toda a produção.
Há quatro anos participando da feira, a artesã Ítala Rodrigues, de Caruaru (Agreste), baixou preços no primeiro dia. “Aumentamos um pouco o preço em relação ao ano passado, mas não estava vendendo tanto. Voltamos para o preço anterior e anunciamos os valores, aí começou a sair mais”, conta. As peças de barro no estilo do Mestre Vitalino que mais saem são as mais baratas, de R$ 5 e R$ 10. “Tenho fé que vou vender tudo, mas, independente disso, a Fenearte é importante para fazermos contato com compradores e ajudar nas vendas do resto do ano”, completa.
A estratégia de baixar preços já é usada pela empresária Noemy Rutty, que há 14 anos leva peças de renda renascença representando a cidade de Verdejante (Sertão). “Trago peças pelo preço que revendo. Por isso desde o primeiro dia tenho promoção e dá certo”, diz, garantindo não sentir os visitantes mais contidos este ano. Seu estande era um dos mais lotados da feira na tarde de ontem, com blusas rendadas de R$ 50 por R$ 40.
A busca por produtos mais em conta tem sido evidente para a artesã Maria da Soledade dos Santos, que trouxe tapeçarias de Lagoa do Carro (Zona da Mata). “Só vendi os pesos de porta, de R$ 10. Os últimos três anos têm sido assim, mais devagar. O problema é que os produtos mais baratos não dão conta do nosso trabalho”, queixa-se. Os valores dos seus produtos vão subindo a partir do peso de porta até o tapete de R$ 2.700.
Os consumidores admitem que estão com o orçamento limitado, mas não querem deixar de conferir tudo para garantir compras melhores. “Além de hoje (sexta-feira), devo vir mais dois dias, inclusive o último, que tem mais promoções. Não abro mão de vir, mesmo gastando menos”, diz a empresária Rosemary Freitas, 42. Mesmo sem pretender voltar à feira nesta edição, a funcionária pública Agislane Flor, 29, foi com uma estratégia definida para não deixar de aproveitar o evento e nem gastar muito. “Só vou olhar artigos pequenos para a casa e alguns acessórios para mim. Meu limite este ano é R$ 200. Mais que isso não posso gastar”, enfatiza.
A expectativa é que a Fenearte movimente R$ 40 milhões em negócios. A feira funciona das 14h às 22h de segunda a sexta-feira e das 10h às 22h no sábado e domingo. Os ingressos para os dias de semana custam R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia) e nos fins de semana R$ 12 (inteira) e R$ 6 (meia).