O diretor de Abastecimento da Petrobras, Jorge Celestino Ramos, esteve ontem em Pernambuco para assegurar ao governo do Estado e aos funcionários da Refinaria Abreu e Lima (Rnest) que o empreendimento será retomado em 2017, conforme foi anunciado na semana passada durante a apresentação do plano de negócios da estatal para o período de 2015-2019. As obras foram paralisadas em janeiro deste ano.
Ao contrário do que ocorria anos atrás, quando o cargo era de Paulo Roberto Costa (atualmente em prisão domiciliar devido à operação Lava Jato), a visita de Celestino foi discreta e sem atendimento à imprensa. Ele se encontrou com o governador Paulo Câmara e auxiliares; depois reuniu-se com os cerca de 500 funcionários na própria refinaria. Em geral, o discurso foi o mesmo de quando o plano de negócios foi anunciado: as obras da Rnest serão reiniciadas em 2017 e a conclusão do chamado segundo trem será em 2018. No dia 22 de maio, o JC publicou com exclusividade que o governo do Estado havia recebido a garantia da Petrobras quanto à retomada do empreendimento.
Mas o presidente do Complexo Industrial Portuário de Suape, onde a refinaria está instalada, e titular da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Thiago Norões, pontua que, para ele, a visita foi mais do que um esforço da Petrobras para passar confiança. “A refinaria será o único investimento da área de abastecimento da Petrobras. Eu sou otimista. Isso prova que o polo petroquímico de Suape é prioridade”, ressalta Norões.
Ele acrescenta que Celestino comunicou ao governo o início de testes de emissões ambientais. A meta é que a Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) libere o empreendimento para dobrar sua capacidade, hoje em 74 mil barris/dia (64,3% do que foi anunciado para o primeiro trem e 32% do total dos dois). A pauta não levantou a situação do Estaleiro Atlântico Sul (EAS), que está em dificuldades financeiras e demitindo. Foi citado, sem mais detalhes, o Complexo PQS, para o qual a Petrobras busca compradores e do qual uma das empresas, a Citepe, está com redução de 66% no pessoal e na produção.
O Sindicato dos Petroleiros de Pernambuco e Paraíba (Sindipetro-PE/PB) não foi comunicado da visita, mas considera a atitude positiva. “Era uma cobrança nossa que a Petrobras se posicionasse”, comenta o coordenador da entidade, Marco Aurélio Monteiro.
A Petrobras foi procurada pela reportagem, mas não se pronunciou.